12/12/2019 - 18:54 | última atualização em 13/12/2019 - 14:40

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Quadro que pertenceu a Evandro Lins e Silva é doado à OABRJ

Cássia Bittar

O Plenário Evandro Lins e Silva, que fica no 4º andar da sede da OABRJ, passará, a partir do próximo ano, a contar com um item de grande valor simbólico: um quadro que pertenceu ao próprio jurista.

A pintura foi doada à Ordem pela filha do histórico criminalista, Patrícia Lins e Silva, que esteve na tarde desta quinta-feira, dia 12, na sede da Seccional acompanhada de seu irmão Carlos Eduardo Lins e Silva e de Luiza Almeida Braga, sobrinha de Evandro.

A família foi recebida pelo presidente da OABRJ, Luciano Bandeira, pelo secretário-geral da entidade, Álvaro Quintão; e pelo tesoureiro Marcello Oliveira, em reunião que também contou com a presença do presidente da OABRN, Aldo Medeiros.

Familiares de Evandro Lins e Silva fizeram a doação à Seccional / Foto: Lula Aparício

Patrícia contou que o quadro foi pintado pela mãe de uma amiga e que, por muitos anos, não sabia que ele ainda estava guardado: “Ela guardou em sua casa e disse que pensava no papai, conversava com ele, ao olhar para a pintura que havia lhe pertencido. Me deu em um gesto de carinho e eu a pendurei no corredor de minha casa. Mas um dia pensei: o papai preferiria mil vezes que seu quadro, em vez de estar pegando poeira em um corredor escondido, estivesse no plenário da Ordem com seus pares”.

“Ele mesmo gostaria de estar aqui na Ordem, com toda certeza”, completou Carlos.

Luciano pontuou que a aquisição tem um valor inestimável para a classe: “É algo que ficará para as próximas gerações de advogados que daqui a vinte, trinta anos, vão entrar neste plenário. Isso é algo muito importante”.

O presidente da Seccional não deixou de ressaltar a trajetória de Evandro Lins e Silva, que foi procurador-geral da República, ministro-chefe da Casa Civil, ministro das Relações Exteriores e era ministro do Supremo Tribunal Federal na época do golpe civil-militar de 1964. Juntamente a Victor Nunes Leal e Hermes Lima, foi aposentado compulsoriamente em 1969, após a instituição do Ato Institucional nº 5, o AI-5.

“O mais relevante que temos de legado do ministro Evandro não é só sua notória trajetória como advogado e grande orador, mas foi a dignidade que ele não entregou por um cargo no Supremo. A maioria de adequaria, como se adequou naquela ocasião, mas ele não recuou um minuto até ser cassado”, observou Luciano.

O quadro será inaugurado no plenário na primeira sessão do Conselho Pleno, prevista para fevereiro de 2020.

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