Quatro políticos são investigados por apoiar milícia Do jornal O Globo 16/05/2009 - Pelo menos quatro políticos, dois em plena atividade parlamentar, são alvo de uma investigação da Secretaria de Segurança, que pretende pôr na cadeia uma grande rede de proteção às milícias. Na mira da polícia, estão ainda oficiais e praças da PM, delegados e inspetores da Polícia Civil, praças do Corpo de Bombeiros e agentes penitenciários. Eles foram identificados numa operação reservada, coordenada pela Subsecretaria de Inteligência, com apoio da Missão Suporte da Polícia Civil. A investigação partiu de inquéritos a cargo de policiais da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polinter e de delegacias da Zona Oeste. Ao todo, 76 pessoas são acusadas de formação de quadrilha. Desse total, 47 seriam policiais militares e civis. Nomes de lista da milícia estão sendo analisados Policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), além de agentes da Subsecretaria de Inteligência, do Centro de Inteligência Policial (Cinpol) e das corregedorias das polícias estariam de prontidão para agir quando a prisão do grupo for decretada. O procurador-geral de Justiça, Cláudio Soares Lopes, disse que os promotores estão analisando o inquérito - enviado pela 35aDP - para confrontar os nomes citados ali com os que aparecem numa lista encontrada na casa onde o miliciano e ex-PM Ricardo da Cruz Teixeira, o Batman, foi preso na quarta-feira. Segundo Lopes, o Ministério Público pretende oferecer a denúncia o mais rápido possível: - Os promotores vão fazer o confronto para robustecer as provas existentes, a fim de pedir a prisão preventiva e retirar essa parte podre da polícia do convívio social. Na opinião do procurador-geral, as prisões de Batman e de outros integrantes das milícias de Campo Grande causam um abalo na estrutura criminosa: "É importante que o estado continue investigando as milícias. Quando cai um chefe, outros o substituem e mantêm a estrutura. Temos que atacá-la como um todo". O subprocurador-geral de Justiça de Atribuição Originária e Institucional e Judicial, Antônio José Campos Moreira, acredita que até o final do mês a denúncia será oferecida. Inspetora forneceria informações a milicianos Uma das pessoas que figuram na lista da milícia seria uma inspetora da 35ª DP. Segundo um dos investigadores, a policial seria responsável por passar aos milicianos números de placas legais para serem usadas em seus carros, cobrando R$ 500 pela informação. Ela também seria responsável por informar a milícia sobre o andamento do inquérito. Na relação apreendida na casa de Batman, também haveria o nome de um jornalista. Um repórter teria recebido R$ 5 mil para fazer uma reportagem favorável ao bando de Batman. Ontem, policiais militares e civis prenderam em Campo Grande nove pessoas ligadas à milícia que atacou, em março deste ano, o posto da PM de Sambaetiba. Entre os presos estão um sargento da PM e um ex-sargento do Exército. Ao todo, foram apreendidas oito armas (cinco pistolas, um revólver e duas espingardas), quatro veículos com material para instalação de TV a cabo, além de dinheiro e munição de diversos calibres.