16/07/2019 - 11:16

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Seccional debate a deficiência sob a ótica das mulheres

Eduardo Sarmento

Os desafios enfrentados por mulheres com deficiência foram abordados em evento realizado nesta segunda-feira, dia 15, na Seccional. Organizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) da OAB/RJ, o encontro reuniu especialistas que trataram do tema sob diferentes enfoques. Colocando-se como "cotista" na mesa de abertura, por ser um homem em meio a diversas mulheres, o presidente da comissão, Caio Sousa, ressaltou a "necessidade de tirarmos a invisibilidade do assunto", e, em tom de denúncia, afirmou que "não é aceitável termos até hoje mulheres vítimas de violência física e psicológica".

A psicóloga e professora Giovanna Marafon tratou de pontos ligados ao feminismo, fez duras críticas ao modelo biomédico, que trata a deficiência como patologia, e estimulou que as reflexões sobre deficiência não fossem feitas de forma isolada, mas associadas a questões de gênero e idade. Marafon listou o racismo, o cis-hetero patriarcado e o capitalismo como obstáculos a serem enfrentados. 

Em seguida, a presidente da Associação dos Deficientes Visuais do Estado do Rio de Janeiro (Adverj), Cinthya Freitas, falou sobre a sexualidade e defendeu que "as deficiências não podem ser vistas como algo patológico". Para ela, o prazer não deve depender de uma adequação social. "É preciso respeitar e conhecer o próprio corpo. Libido é tudo o que vem de você e te estimula", disse, apontando diferenças entre sexo e sexualidade.

O evento contou, ainda, com a palestra da secretária-geral da CDPD, Roberta Piluso, que abordou o tema "Mulheres deficiência e a perspectiva do cuidado", e uma explanação de Marilha Boldt, que representou a Comissão OAB Mulher e falou sobre violência contra as mulheres com deficiência. 

Ao final, os participantes puderam fazer perguntas e participar de um debate.

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