10/12/2020 - 11:00 | última atualização em 11/12/2020 - 13:28

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Série 'Justiça para os inocentes' lança seu último vídeo no Dia Internacional dos Direitos Humanos

Conheça a história de Douglas Peçanha e Silva, jovem negro morto em um auto de resistência

Cássia Bittar

O último vídeo da série 'Justiça para os inocentes', não por acaso, sai justamente no Dia Internacional dos Direitos Humanos, 10 de dezembro. A campanha da Comissão de Direitos Humanos da OABRJ, em conjunto com o coletivo de artistas 342Artes e a Mídia Ninja, que denuncia a fragilidade do uso pela Justiça de reconhecimentos por fotografias como prova única para condenar réus e o racismo estrutural que faz com que 70% dos acusados por este meio sejam negros, se encerra com a história de Douglas Peçanha e Silva, de 29 anos.

Diagnosticado desde o seu nascimento com paralisia facial e surdez, Douglas um dia abriu a porta de sua casa para passear na rua. Nunca mais voltou. Ele, que andava cambaleando por conta de sua deficiência mental, foi acusado pela Polícia de cometer um roubo e dirigir uma moto. Foi executado e o caso foi registrado como auto de resistência, quando o policial responsável por sua morte sequer é indiciado, passa a ser designado como vítima e a pessoa morta, como "opositor".

Sua mãe, diarista, só encontrou seu filho após sua busca incansável no IML e não consegue aceitar até hoje como uma pessoa que não tinha condições motoras de dirigir uma moto pode ter sido morta com essa justificativa. Douglas, infelizmente, entrou nas estatísticas que mostram que a cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil (Mapa da Violência de 2016 - CPI do Senado sobre o Assassinato de Jovens).

Nesta quarta-feira, dia 9, a Rede de Observatórios da Segurança lançou um relatório inédito que comprova que negros são o alvo da letalidade policial em pelo menos cinco estados brasileiros, monitorados pela organização.

A pesquisa traz dados que impactam ao mostrar a cor da violência policial, como o fato de 51% da população do Rio de Janeiro ser negra, mas entre os mortos pela polícia os negros representaram 86%.

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