28/11/2008 - 16:06

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Servidores da Justiça voltam ao trabalho mas advogados reclamam

Servidores da Justiça voltam ao trabalho mas advogados reclamam


Do jornal O Fluminense

28/11/2008 - Os serventuários da Justiça voltaram ao trabalho nesta quinta, 27, após 65 dias de paralisação. Quem esteve no Fórum do Centro de Niterói conseguiu ser atendido, mas reclamou que os serviços internos, que deveriam ter sido feitos durante a greve, não avançaram, o que atrasou a realização de diversos processos.

Segundo a vice-presidente do sindicato da categoria, o SindiJustiça, Marta Barçante, a avaliação do movimento foi positiva; mas, mesmo com o término da greve, os serventuários farão assembléia na próxima semana, para acompanhar o cumprimento das pautas prometidas pelo governo.

De acordo com Marta, os funcionários não vão poupar esforços para agilizar os milhares de processos que ficaram parados nos cartórios do estado, e o trabalho deverá demorar um pouco para voltar ao normal; mas será agilizado, inclusive durante o recesso de fim de ano, que acontecerá entre os dias 20 de dezembro e 6 de janeiro.

"Pedimos a todos aqueles que trabalham com ou dependem da Justiça para ter um pouco de paciência, porque com o tempo as coisas voltarão ao normal. Não pouparemos esforços para agilizar a conclusão dos processos. Durante o recesso de fim de ano, inclusive, haverá funcionários trabalhando para isso", explicou, acrescentando que, embora a categoria não tenha conseguido ter todas as suas reivindicações atendidas, conseguiu diminuir um pouco a defasagem salarial.


Processos

Para os advogados Arthur Poiava e Rodrigo Albuquerque, ambos de 28 anos, os serventuários da Justiça voltaram realmente ao normal ontem, mas o fato de o serviço interno não ter sido realizado durante mais de dois meses de paralisação geraram prejuízos no andamento de alguns processos.

"Nós, advogados, tivemos nosso trabalho prejudicado com a greve. Hoje parece que, realmente, todos os setores voltaram a funcionar normalmente, mas os processos que deveriam ter sido analisados internamente não o foram, o que atrasa o nosso trabalho e a conclusão dos casos", disse Arthur Poiava.

"Durante a greve, um grupo de profissionais deveria ter trabalhado internamente para dar andamento nos processos que já haviam sido encaminhados. Como esse serviço não foi feito durante dois meses, é impossível que até o recesso isso seja feito. Provavelmente esses trâmites só vão se resolver no ano que vem, o que atrapalha não só o trabalho dos advogados mas também a vida dos clientes", falou Albuquerque.

A advogada Geórgia Vaz do Amaral lembrou que alguns serviços, como as audiências, não foram suspensos durante a greve.


Exceções

De acordo com o SindiJustiça, durante a greve, os casos considerados mais importantes pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não ficaram paralisados. Processos envolvendo casos da Vara de Família, área criminal e trâmites relacionados à Fazenda Pública, como concessão de remédios por parte do Governo, foram atendidos.

A Justiça funcionou em esquema de plantão, mas o atendimento ao público e os serviços internos foram suspensos durante a greve. Serviços como devolução de autos e distribuição de processos também não foram efetuados durante a greve.

A advogada Kátia Braga Rosa, 45 anos, observou que os serviços voltaram a funcionar de forma lenta. "Depois de tanto tempo parado, o ritmo de trabalho deveria ser normal", opinou a advogada, que esteve na Vara Cível de Niterói.

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