09/11/2008 - 16:06

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Com sistema carcerário em crise, Rio exporta presos

Com sistema carcerário em crise, Rio exporta presos

 

 

Do jornal O Dia

 

09/11/2008 - As autoridades de segurança do estado do Rio de Janeiro escolheram uma nova tática para tentar combater a criminalidade: a "exportação" de seus presos mais perigosos.

 

Em um ano e dez meses, 33 traficantes, chefes de quadrilhas que controlam caça-níqueis e líderes de milícias foram transferidos para as penitenciárias federais de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, e de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul-duas unidades que foram inauguradas por Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

 

Ao mesmo tempo em que mantém os chefões do crime organizado longe do estado, a estratégia revela as mazelas do sistema carcerário do Rio. Problemas que ficaram mais evidentes com dois crimes ocorridos mês passado: o assassinato do tenente-coronel José Roberto do Amaral Lourenço, diretor do presídio Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3), no dia 16, e a fuga do ex-policial militar Ricardo Teixeira Cruz, pistoleiro da Liga da Justiça, do presídio Petrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), dia 27.

 

Tanto a execução do oficial, em plena Avenida Brasil, à luz do dia, quanto a fuga do miliciano, que deixou a prisão sem algemas pela porta da frente, foram tramadas dentro da cadeia, segundo as investigações da polícia. São os exemplos mais recentes da ousadia das quadrilhas. Desde a série de ataques que aterrorizaram a cidade em dezembro de 2006 e deixaram 19 mortos, a reação dos responsáveis pela segurança tem sido a remoção dos presos, para desarticular a relação entre chefes e comandados.

 

"Temos que acabar com essas ligações. Estamos fazendo isso como uma atividade policial, porque devemos acabar com as ligações criminosas de comando dos negócios de dentro da prisão. Essas pessoas que comandam têm que ficar estancadas, fora dessa estrutura. Mandá-los para fora do Rio faz parte da investigação. É combater o cérebro do problema. É preciso prender e manter preso", afirmou o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.

 

O Rio é o quarto estado com mais detentos em Catanduvas. Em Campo Grande, passou a ocupar a terceira posição na semana passada com a ida de dez integrantes da Liga da Justiça, entre eles o deputado Natalino José Guimarães, e seu irmão, o Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho.

 

Dos 33 tranferidos desde janeiro do ano passado, apenas seis conseguiram voltar para o Rio de Janeiro por determinação da Justiça.

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