15/03/2022 - 12:03 | última atualização em 18/03/2022 - 01:09

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Um mês depois das chuvas, Petrópolis luta para se reerguer

Presidente da subseção local destaca apoio da OABRJ e da Caarj após chuvas que atingiram a cidade

Felipe Benjamin

Há um mês, fortes chuvas assolaram o município de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, deixando mais de 200 mortos, além de centenas de desabrigados. A Seccional, juntamente com a Caixa de Assistência da Advocacia do Estado do Rio de Janeiro (Caarj) iniciou uma intensa campanha de arrecadação de donativos e apoio à cidade, que abriga a 3ª subseção da OABRJ. Foram mais de 55 toneladas de doações dos mais diferentes itens, desde alimentos não-perecíveis até produtos de higiene pessoal, passando por ração e medicamentos veterinários.

Mensagens de apoio à OAB/Petrópolis e a seu presidente, Marcelo Schaefer, também marcaram o 1º Colégio de Presidentes de Subseção do triênio 2022-2024, realizado no dia 18 de fevereiro, três dias após a catástrofe na Região Serrana, com a Seccional se comprometendo a realizar o próximo encontro do Colégio de Presidentes no município. Paralelamente, a Central de Atendimento OABRJ-Caarj também contactou mais de 1.300 advogadas e advogados petropolitanos oferecendo auxílio jurídico e psicológico.

"Além do manifesto lido no Colégio de Presidentes, recebemos apoio total da Seccional e das outras subseções, com presidentes nos visitando pessoalmente, e isso foi fundamental para a nossa recuperação", conta Schaefer. "A ajuda foi enorme, houve muita integração entre todas as subseções da Ordem que, em alguns casos, receberam até petições de advogados nossos que estavam impossibilitados de atuar na ocasião".

O presidente da OAB/Petrópolis destacou também o atendimento do Plantão da Comissão de Prerrogativas e os esforços da Seccional junto aos tribunais para a suspensão de prazos na comarca local.

"Novamente, temos que registrar nosso agradecimento, em especial à Procuradoria da Ordem, que se colocou à disposição para auxiliar nos pedidos de suspensão de prazo e peticionamento", afirmou Schaefer.

Também através de tratativas que partiram da OABRJ, o TRT1 e a Caixa Econômica Federal montaram uma força-tarefa para dar agilidade na liberação de alvarás. Uma forma de garantir algum alívio financeiro para a classe neste momento tão duro. Para facilitar esse procedimento, a Seccional pede que os colegas cadastrem seus dados bancários nos processos trabalhistas da comarca. 

O drama humano gerado pela catástrofe deu origem a outro, o dos animais de estimação que, de uma hora para outra, foram separados de forma abrupta de seus tutores. Estimativas dão conta de que o número se aproxima de mil. A Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) da OABRJ, em parceria com a Caarj, garantiu que essas vítimas de quatro patas também recebessem socorro.O presidente da CPDA, Reynaldo Velloso, e membros da comissão da Seccional e da subseção petropolitana entregaram uma grande quantidade de ração e remédios a abrigos mantidos pela Prefeitura de Petrópolis e à ONG Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad). 

A causa também mobilizou a advogada Suelen dos Santos Pinho Margiota, integrante da Comissão de Direito Penal da OAB/Petrópolis.  Margiota criou, por conta própria, uma espécie de refeitório animal na garagem de casa, no bairro Floresta, onde cães e gatos abandonados conseguem alimento. Pediu doações à rede de contatos e chamou a iniciativa de "Barriguinha cheia de ração". 

Momento de olhar para frente


Na semana da tragédia, Schaefer recebeu a visita do presidente da Caarj, Ricardo Menezes, e de importantes lideranças da OABRJ, como o diretor do Departamento de Apoio às Subseções (DAS), Alfredo Hilário; o assessor executivo da Presidência, Carlos André Pedrazzi; o secretário-geral da Seccional, Álvaro Quintão; o secretário-geral da Caarj, Mauro Pereira dos Santos; e o coordenador do projeto OAB Século 21, Carlos Alberto Alves Júnior.

Um mês depois das chuvas que abalaram a cidade, a Subseção de Petrópolis já retomou as atividades em tempo integral, mas o impacto da tragédia ainda é sentido no dia a dia da advocacia petropolitana.

"Temos que buscar fazer o que a cidade tem feito, que é se reconstruir", diz Schaefer. "Mas nas conversas, o assunto mais presente ainda é esse: são pessoas que perderam amigos e conhecidos, que tiveram suas residências atingidas, que enfrentaram problemas para reabrir ou utilizar seus escritórios, ruas que foram interditadas, prédios que ficaram sem energia. Embora o acesso à cidade já tenha sido normalizado, ainda há um temor cada vez que o tempo fecha e há ameaça de chuvas".

No entanto, o presidente relembra a importância de não deixar que a tragédia mantenha a OAB/Petrópolis estagnada.

"A ajuda enorme que recebemos, a interação com outras instituições da sociedade civil e da iniciativa privada não pode ser esquecida", diz Marcelo. "Agora é o momento de olhar pra frente, mesmo com dores e perdas. Nas principais ruas da cidade, o comércio já voltou a funcionar quase na sua totalidade. Agora aguardamos a conclusão das obras mais difíceis, mas seguimos em frente, com esperança para o futuro".

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