18/09/2007 - 16:06

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Wadih Damous: banda podre é um câncer dentro das unidades militares

Wadih Damous: banda podre é um câncer dentro das unidades militares

 

 

Do site do Conselho Federal

 

18/09/2007 - Ao comentar hoje (18) a prisão de 52 policiais militares supostamente envolvidos com o tráfico de drogas, o presidente da Seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), Wadih Damous, afirmou que, lamentavelmente, é antiga a presença de quadrilhas em instituições policiais do estado. "Não é de hoje que se sabe que existe um aparato, uma chamada banda podre, que efetivamente adota comportamento incompatível com os padrões que se espera de instituições policiais. É preciso extirpar essa verdadeiro câncer que existe nos meios policiais". No entanto, Damous faz uma ressalva: "Esperamos apenas que esta não seja mais uma operação pirotécnica ou briga entre facções policiais".

 

Com a operação deflagrada nesta terça-feira, quase 10% do efetivo do 15º BPM (Duque de Caxias) foram presos acusados de associação com o tráfico de drogas e corrupção ativa e passiva. As investigações, desencadeadas há sete meses pela delegacia do município, indicam a divisão de 59 soldados, cabos e sargentos em grupos - todos recebiam propinas semanais, cujos valores dependiam do temor com que eram vistos pelos traficantes das favelas de Imbariê e Parada Angélica.

 

Os policiais foram presos por equipes da Corregedoria da PM no batalhão, conforme chegavam ou saíam do serviço, ou em suas próprias casas. Eles foram levados em um ônibus para o Batalhão Especial Prisional, em Benfica. Cinco traficantes também foram presos na operação, batizada de Duas Caras. Sete policiais e dois traficantes não foram encontrados. Se não se apresentarem no batalhão em até nove dias, os praças passam a ser considerados desertores, o que é considerado um crime militar.

 

Embora não lidassem diretamente com o tráfico de drogas, os policiais cobravam uma taxa para fazer vista grossa à movimentação dos bandidos. O arrego, como é conhecida a propina, variava de R$ 2 mil a R$ 3.900 por equipe. Cada grupo, assim como boa parte dos policiais, tinha seu apelido, usado como senha durante as transações. 

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