08/07/2008 - 16:06

COMPARTILHE

Wadih: 'desculpas não trarão João Roberto de volta'

Wadih: 'desculpas não trarão João Roberto de volta'

 

 

Da Assessoria de Imprensa da OAB/RJ

 

08/07/2008 - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Wadih Damous, responsabilizou nesta terça, dia 8, diretamente as autoridades estaduais pela morte do menino João Roberto, de 3 anos, atingido por três dos 15 tiros disparados contra o carro de sua mãe, na Tijuca.

 

Para Damous, "até as pedras sabem" que os policiais fluminenses "são despreparados, mal treinados, mal equipados e mal pagos, mas nada se faz a respeito". Já passou da hora, disse o presidente da OAB/RJ, em nota, "de as autoridades públicas do estado reconhecerem o fracasso do que chamam de política de segurança pública".

 

 

Confira abaixo a nota, na íntegra:

 

Diante de mais uma tragédia, agora com o assassinato, pela PM, do menino João Roberto, o Secretário de Segurança Pública entoa a ladainha de sempre: "foi um episódio isolado", "a ação policial, nesse caso, foi desastrosa", "peço desculpas à família" e outras mesmices. Como sempre, atribui-se a culpa de tudo aos policiais. Mas a culpa, na verdade, é da política de segurança pública - se é que isso pode ser chamado de política - em vigor no Estado do Rio de Janeiro. A culpa é dos responsáveis pela formulação dessa política.

 

Que os policiais do Rio de Janeiro são despreparados, mal treinados, mal equipados e mal pagos até as pedras sabem. Mas nada se faz a respeito. Qualquer cidade que tenha melhorado os seus índices de segurança enfrentou esses aspectos e principalmente o cancro da corrupção na corporação policial. E todas essas medidas foram adotadas em conjunto com amplos investimentos sociais em saúde, educação, trabalho e saneamento básico.

 

Infelizmente, as autoridades responsáveis pela segurança pública do estado insistem na política de confronto, cujo maior resultado é o extermínio de moradores das favelas cariocas e de crianças como o garoto João Roberto.

 

Já passou da hora de as autoridades públicas do estado reconhecerem o fracasso do que chamam de política de segurança pública. Pedidos de desculpa não trarão de volta João Roberto nem as centenas de pessoas que engordam as estatísticas da política de guerra arquitetada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. Até quando teremos de ouvir a pergunta de um pai desesperado: "Que polícia é essa"?

 

 

Wadih Damous

Presidente da OAB/RJ

Abrir WhatsApp