21/12/2017 - 15:28

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Felipe cobra eficiência do Judiciário, e também autocrítica da Ordem

21/12/2017 - 15:28

Felipe cobra eficiência do Judiciário, e também autocrítica da Ordem

Maior delegação entre as seccionais visitantes da XXIII Conferência Nacional, excetuando-se, naturalmente, a anfitriã do evento, a do Rio de Janeiro marcou presença nos quatro dias com a participação de membros da diretoria, presidentes das comissões da OAB/RJ e das subseções em diversos painéis e encontros.

Além de participar da abertura, o presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, foi um dos palestrantes do painel que abordou os desafios do Judiciário, destacando questões como ética profissional e igualdade. Utilizando o espaço importante de uma conferência nacional, ele propôs uma autocrítica da Ordem. “É claro que precisamos cobrar, e cobrar muito, democratização e eficiência do Poder Judiciário, mas temos também que olhar para nós mesmos. Quanto tempo ainda levará para que haja efetivo espaço para as mulheres e os negros, por exemplo, na OAB? Por que o jovem advogado pode votar, mas não pode assumir cargos diretivos na nossa entidade?”, questionou Felipe, chamando de “instrumento feudal” a cláusula de barreira que impede colegas com menos de cinco anos de profissão de compor os conselhos da Ordem (Leia na página 15).

A postura ética foi outro ponto levantado pelo presidente da OAB/RJ. Ele salientou que o Tribunal de Ética e Disciplina da Seccional suspendeu mais de 1.200 advogados nos últimos anos e que a retidão no dia a dia profissional é pedra basilar no respeito da sociedade à advocacia. “Quem fica com dinheiro do cliente não pode ser advogado”, resumiu.

Após as considerações sobre a advocacia, Felipe defendeu que o Poder Judiciário seja pensado dentro de um projeto maior de país. Segundo ele, não adianta esperar resultados diferentes partindo das mesmas ações. “Precisamos de planejamento, de criatividade. Pensar de forma global. Isso, evidentemente, não significa que não vamos denunciar equívocos como a recente proposta de fechamento de comarcas. O critério não pode ser o tamanho ou a força econômica da cidade. Judiciário não é franquia do McDonalds”, sublinhou.

Felipe fez questão, também, de prestar reverência ao presidente do painel, Mário Sérgio Duarte Garcia, que comandou o Conselho Federal de 1983 a 1985, tendo sido um dos artífices do movimento pelas Diretas Já. “Sou fruto de uma geração que sofreu na pele a violência da ditadura. O senhor simboliza a grandeza da advocacia brasileira, nosso compromisso inexpugnável com a democracia”, disse, destacando que a credibilidade social da Ordem é fruto dos que construíram a história da instituição.
 

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