15/09/2014 - 16:20

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Em discussão, políticas de segurança e de extermínio

15/09/2014 - 16:20

Em discussão, políticas de segurança e de extermínio

A ligação entre o racismo, o contexto das políticas de segurança pública estadual e nacional, e a cultura punitiva reforçada pelo Judiciário foram abordados em seminário promovido na Seccional dia 13 de agosto.
Na abertura do evento, o presidente da Comissão de Igualdade Racial da Seccional, Marcelo Dias, citou dados de pesquisa do Ministério da Saúde apontando que, dos 30 mil jovens vítimas de homicídio em 2012, 77% eram negros, e, entre 2002 e 2012, o número de assassinatos de jovens brancos caiu cerca de 30%, enquanto o de jovens negros aumentou 32%.

Para o delegado de polícia Orlando Zaconne, o extermínio da juventude negra é consequência do atual sistema de Justiça criminal. “É só pegarmos para analisar os autos de resistência. Mais de 95% deles são arquivados em menos de três anos. Isso demonstra que essa letalidade não é provocada apenas pela polícia. Quando se arquiva, o Judiciário está dizendo que aquelas mortes estão dentro da lei”, ressaltou, observando que, de acordo com pesquisa do professor Michel Misse, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 75% dos autos são feitos no interior de favelas e 73% dos jovens mortos são negros e pardos.

Presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro e representante da OAB/RJ na Coordenação de Acompanhamento do Sistema Carcerário da OAB Federal, a advogada Maíra Fernandes falou sobre a superpopulação carcerária no país, que, segundo ela, não para de crescer. “Uma política equivocada de segurança pública tem absoluto impacto no inchaço do nosso sistema prisional”, frisou.
 

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