MARCELO MOUTINHO    
Poucas vezes, ao longo dos 69 anos de vida, Machado de Assis cruzou as fronteiras do Rio de Janeiro. E foi na ex-capital federal que ambientou seus contos, crônicas e romances. Do Catete, em Esaú e Jacó, ao Porto, que serve de cenário a Quincas Borba. A íntima ligação de Machado com a cidade é justamente o tema da exposição que entra em cartaz dia 30 de setembro, no Museu de Arte do Rio (MAR).
 
Na mostra, os nove romances publicados pelo escritor funcionarão como “bairros-livros”. Será possível caminhar por Dom Casmurro transitando pela Tijuca, onde Bentinho e Capitu passaram a lua-de-mel, ou pela Glória, onde moraram. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, o público conhecerá a Rua do Ouvidor e outros logradouros do Centro frequentados pelo protagonista, além do Catumbi, bairro em que viveu.
 
O projeto, com curadoria de Daniela Name e Gabriela Dias, inclui o lançamento de aplicativo para celulares e tablets, através do qual será possível revisitar os textos de Machado por meio do mapeamento de pontos da cidade presentes em sua vida e seus livros. Ao acionar a localização via check in, o usuário terá acesso às informações de cada romance e ao trecho no qual a região é citada.  Além disso, nos dias 1º e 2 de outubro, haverá seminário sobre  a obra do escritor e suas conexões com o espaço urbano.
O Rio de Machado de Assis se mantém em cartaz até 2 de novembro, com entrada gratuita. O MAR fica na Praça Mauá, 5 - Centro, Rio de Janeiro - Tel(21) 3031-2741.