Wadih elogia ação inteligente das autoridades, antiga luta da Seccional

Entrar no Complexo do Alemão pacificado teve significado especial para a OAB/RJ, que desde 2007 combateu as ações pontuais de enfrentamento da polícia, causadoras de mortes de inocentes e do maior índice de letalidade no país. Naquele ano, foi graças às denúncias da Comissão de Direitos Humanos que peritos enviados pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República atestaram a execução de pelo menos duas pessoas no episódio conhecido como a chacina do Alemão, operação policial que resultou em 19 mortes.

Wadih lembra as manifestações públicas organizadas pela Ordem contra a antiga política apoiada e estimulada pelo governo do estado, pressionado pelo clamor popular ante os altos índices de violência. “Nos primeiros anos, as autoridades adotaram a política do pé na porta, da criminalização da pobreza, da brutalidade e dos tiros a esmo que mataram crianças, velhos e trabalhadores”, recorda. A mudança ocorreu gradualmente, e à pressão das entidades ligadas à defesa dos direitos humanos somou-se um elemento fundamental, o Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) do governo federal, lembra o presidente da OAB/RJ. Por meio de convênios com o estado, o Pronasci permitiu a implantação de diversos projetos benéficos à comunidade e aos próprios policiais. Em seguida, vieram as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), “outro gol na violência e na criminalidade”, diz Wadih. “O Pronasci leva cidadania às comunidades, e o governo do estado finalmente entendeu que esse é o caminho que, articulado à repressão aos criminosos, trará paz social. Por isso, elogiamos o sucesso das ações inteligentes e articuladas que permitiram a retomada do Complexo do Alemão para seus verdadeiros donos, as pessoas de bem”, completa.