07/01/2014 - 17:49

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JK, Cinema Novo, Copa de 58 e já a proliferação dos cursos de Direito

07/01/2014 - 17:49

JK, Cinema Novo, Copa de 58 e já a proliferação dos cursos de Direito

 
 
Músicas selcionadas
 
- 1958
  • Eu sei que vou te amar (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
     
  • Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes)
     
  • Castigo (Dolores Duran)
     
  • Meu mundo caiu (Maysa)
     
  • Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antonio Maria)
     
  • Atiraste uma pedra (Herivelto Martins e David Nasser)
     
  • Eu não existo sem você (Tom e Vinicius)
     
  • Desafinado (Tom Jobim)
     
  • Estrada do Sol (Tom Jobim e Dolores Duran)
- 1960
  • Samba de uma nota só (Tom Jobim)
     
  • Negue (Adelino Moreira e Enzo de Almeida)
     
  • Mulher de Trinta (Luis Antonio)
     
  • O sol nascerá (Cartola e Elton Medeiros)
     
  • Corcovado (Tom Jobim)
     
  • O amor e a rosa (Antonio Maria e Pernambuco)
     
  • Súplica Cearense (Gordurinha e Nelinho)
Nos "anos dourados" da década de 1950, o Brasil vivia um período de crescimento econômico - o governo de Juscelino Kubitschek, identificado com a ideia da modernização, foi seu auge. Em 21 de abril de 1960, Brasília passa a ser a nova capital. O país deixava de ser eminentemente rural e iniciava sua transformação em uma nação industrializada e urbana. A ideia de que caminhávamos na direção da modernidade era tão forte que se expressava até na denominação dos movimentos culturais, como a arquitetura moderna, o neoconcretismo, a bossa nova e o Cinema Novo. É nesse cenário que se realizam as duas primeiras conferências nacionais da Ordem dos Advogados do Brasil, em 1958, no Rio de Janeiro, e em 1960, em São Paulo. (Ouça na Rádio OABRJ algumas músicas lançadas nesses anos).
 
Foi nos anos 1950 que começaram as transmissões de televisão. É de 1958 a emblemática gravação de Chega de saudade (Tom Jobim/Vinícius de Moraes), em que João Gilberto cria a batida que teria inaugurado a bossa nova. No esporte, a principal conquista foi a Copa do Mundo, também em 1958, na Suécia – quando o mundo conheceu Pelé e Garrincha.
 
Na I Conferência Nacional dos Advogados, foram discutidas questões que envolviam a atuação profissional e "a proliferação desordenada das faculdades de Direito". A preocupação do Conselho Federal era então "a garantia da formação de profissionais qualificados, possuidores de um espírito culto e investigador, e capazes de conciliar os aspectos técnicos e acadêmicos de seu ofício". A partir do debate também de temas da sociedade civil, a opinião pública passou a conceber a OAB como uma entidade representativa de seus questionamentos e anseios. Ao final do encontro, foi empossado o novo presidente da entidade, Alcino de Paula Salazar.
 
Na economia, a palavra de ordem era o investimento em transportes e energia, na indústria de base e na substituição de importações. O plano de metas de JK propunha modernizar o país realizando "50 anos em 5". Mas o Brasil urbano convivia ainda com o Brasil rural, e no final dos anos 1950 ressurgiam as Ligas Camponesas, movimento de trabalhadores rurais pela reforma agrária. Sua principal liderança nacional era o advogado pernambucano Francisco Julião.
 
Tribuna inicia série de reportagens com a memória das conferências nacionais realizadas pela OAB, além de um breve contexto histórico de cada época
 
O cenário internacional, marcado pela Guerra Fria, estava em transformação. A União Soviética lançou em 1958 o satélite Sputnik 3. No mesmo ano, o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, criou a Nasa, cujo projeto Apollo, no final da década seguinte, levaria o homem à lua pela primeira vez. 
 
Em janeiro de 1959, liderada por Fidel Castro, a Revolução Cubana seria vitoriosa, influenciando diversas gerações na América Latina e em todo o mundo. No Brasil, em outubro de 1960, Jânio Quadros era eleito presidente - e renunciaria menos de um ano depois.
 
Nesse cenário político confuso aconteceu a II Conferência Nacional, em São Paulo, e na qual a temática "centrou-se na missão do advogado no mundo contemporâneo", que seria, segundo os registros do Conselho Federal, "a preservação do cunho liberal e humanista da advocacia, devendo o profissional assumir posição ativa e vigilante no momento da feitura das leis". No encerramento, Salazar passou o cargo de presidente da OAB para José Eduardo Kelly. Esta foi a última conferência antes do golpe militar de 1964.
 
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