11/04/2017 - 12:11

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Violência, relações de poder, feminilidade trans

11/04/2017 - 12:11

Violência, relações de poder, feminilidade trans

Na segunda-feira de Carnaval, a bióloga Elisabeth Henschel estava em um bar na Lapa com o namorado, quando foi assediada por um homem que passava. “Minha reação foi tirar satisfações com ele, que desferiu um soco no meu rosto”, contou. O caso de Elisabeth fez parte da estatística de que uma mulher foi agredida a cada três minutos nos dias de folia no Rio de Janeiro, este ano. 

Ela foi ameaçada e até excluiu sua página do Facebook com medo de represálias. “Fiquei em casa acuada. Mas, hoje, me sinto fortalecida. Várias mulheres vieram me procurar e me agradecer, dizendo que elas não conseguem denunciar”, disse.

A professora Vanessa Berner, da Faculdade Nacional de Direito e coordenadora do Laboratório de Direitos Humanos, ambos da UFRJ, falou sobre como o feminismo se relaciona com o Direito. Para ela, as relações de gênero, étnicas, raciais ou de classe são uma consequência das relações de poder. “Se dermos uma simples olhada nos ordenamentos jurídicos contemporâneos, perceberemos rapidamente que, na realidade, se configuram discriminando, aberta ou veladamente, as mulheres”, disse.

Com o questionamento “O que eu estou fazendo aqui?”, o professor do Departamento de Ciências Humanas da Universidade Federal Fluminense Fábio Oliveira tratou de gênero e machismo. “Reconhecer os machismos presentes na filosofia implica desvendar os corpos que ela carrega. Pluralizar os espaços e dinamitar as fronteiras é papel da filosofia enquanto atividade crítica”, defendeu.

Giowana Cambrone, advogada transexual e membro da CDHO, abordou a feminilidade trans. “O sexo biológico é ligado à natureza. Já o gênero é uma construção social. O gênero nos acompanha como uma ditadura, desde o momento que a gente nasce até a morte”, disse.
 

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