13/03/2017 - 14:14

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OAB/RJ lança Plano de Valorização da Mulher Advogada

13/03/2017 - 14:14

OAB/RJ lança Plano de Valorização da Mulher Advogada

Empoderamento feminino é a palavra de ordem da OAB/RJ. Estruturado pela Comissão OAB Mulher, o Plano Estadual de Valorização da Mulher Advogada da Seccional foi aprovado pelo Conselho Federal da Ordem em dezembro e começa a ser implantado este mês, como parte da programação para marcar o Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março.

O plano faz parte das metas lançadas pela OAB Nacional em 2016, instituído como o Ano da Mulher Advogada e que se iniciou com a aprovação das cotas de 30% nas chapas para conselhos seccionais e subseções para mulheres. A campanha pretende reforçar o papel da mulher como protagonista no fortalecimento do Estado Democrático de Direito.

Entre os pontos mais importantes para o trabalho que a Seccional irá desenvolver a partir de 2017 está a representatividade e o empoderamento das profissionais. Atual presidente da Comissão OAB Mulher, Marisa Gaudio acredita que a valorização da imagem da advogada em sua carreira influencia, inclusive, o enfrentamento de problemas como a violência de gênero.

“O tom da nossa comissão é o mesmo desde que Daniela Gusmão [ex-presidente da OAB Mulher, responsável pela estruturação do plano] assumiu: a valorização da mulher. Vamos trabalhar pautas de violência contra a mulher porque não temos como fugir deste tema tão recorrente. Mas a ideia é justamente atuar na valorização como um todo, tanto da pessoa quanto da mulher advogada”, conta Marisa.

Ela explica que o plano será iniciado com uma série de palestras em subseções, debatendo as diferenças de gênero e tendo profissionais mulheres de sucesso para palestrar, valorizando o exercício da advocacia para as colegas. Posteriormente, os encontros serão estendidos às faculdades de Direito e escolas.

“Quando você destaca no meio acadêmico o sucesso de advogadas, isso faz com que mais pessoas busquem o Direito, mais mulheres se sintam representadas. Acho que damos assim um recado para adolescentes, jovens e para a sociedade em relação à valorização da mulher. É uma forma de empoderá-la no Direito”.

O plano também visa a combater os salários desiguais das advogadas em relação aos homens e a dificuldade de crescimento em empresas. “Trataremos dessas questões nas palestras, porque achamos importante a visibilidade dos problemas para o empoderamento. Mas exerceremos também o diálogo direto com escritórios, atuando pela igualdade e estimulando que mulheres se tornem sócias”.

A comissão será composta por grupos que tratarão de cada tema separadamente, para uma melhor abrangência do trabalho. “O enfrentamento à violência será um, o ciclo de palestras será outro, a valorização da mulher no mercado de trabalho, mais um”, conta Gaudio, explicando que ao longo do mês será traçado o cronograma de cada núcleo.

A OAB Mulher vem cumprindo também um papel social no acompanhamento de casos de violência de gênero, como o recente episódio de agressão ocorrido em um supermercado em Madureira, Zona Norte do Rio, no qual um vídeo mostra seguranças espancando uma funcionária negra sob a acusação de que ela teria roubado o estabelecimento.

No trabalho previsto para o ano, Gaudio considera essencial o diálogo com as outras comissões da Ordem essencial. “Procuraremos estabelecer ações conjuntas com a Comissão de Igualdade Racial, a Comissão de Segurança Pública, a de Direito Homoafetivo, entre outras, justamente para tratar de maneira ampla as questões”.

A adesão à campanha da ONU Mulheres #HeForShe, lançada no ano passado, continua como mote principal da comissão, segundo sua presidente: “Acreditamos que é fundamental que os homens se envolvam com a questão das mulheres para que haja a mudança de cultura necessária. Se não, falaremos apenas nós para nós mesmas. Quanto mais falarmos, quanto mais pessoas trouxermos para a discussão, mais começam a mudar de opinião e enxergar a opressão”.

“O campo do Direito pode estimular outros campos”, observa ela. “E se as mulheres são metade da força produtiva do país, temos é que empoderá-las”.
 

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