Criado em 25 de março de 1981, na gestão de Francisco Costa Neto, com o nome original de Setor de Pesquisa, o atual Centro de Documentação e Pesquisa (CDP) da OAB/RJ – órgão responsável pelo arquivamento de documentos, guarda de fotografias e áudios de sessões do Conselho Seccional, edição da revista jurídica, entre outros – completa 35 anos entrando em uma nova fase. “Além de documentação e pesquisa, a ideia é funcionar como um centro de memória da advocacia, que promova diversas atividades”, diz o diretor, Aderson Bussinger.

Um dos objetivos é retomar a publicação da Revista da OAB/RJ (a última data de 2012). A nova edição será publicada em junho, em formato eletrônico apenas, por contenção de gastos. “Estamos remontando o Conselho Editorial, e esse trabalho está em fase de conclusão. Estamos abertos a sugestões. Buscamos trazer de volta ex-professores e ex-alunos que passaram por aqui, num esforço para reconstruir a memória do centro. Convidei a professora Maria Guadalupe da Fonseca, da UFRJ, para coordenar a revista”, afirma Bussinger. Segundo ele, a publicação terá dois enfoques: contribuir para a formação profissional dos advogados, e ter viés reflexivo crítico e de debates teóricos, para além da prática. “Será uma publicação plural, em que o debate de ideias trate dos temas próprios da advocacia, e também de reflexões mais amplas sobre Direito, sociologia jurídica, filosofia”.

O diretor ressalta que o resgate da memória da advocacia é um projeto da gestão atual. “O presidente Felipe Santa Cruz recomendou enfaticamente a importância de desenvolver um projeto para contar a história da OAB/RJ. É um objetivo do mandato, estamos dando os primeiros passos nesse sentido. O trabalho envolve reunir acervo, entrevistas, e não só da Seccional, mas também das subseções. Através de uma parceria com o Departamento de Apoio às Subseções (DAS), a revista que lançaremos em junho será comemorativa do aniversário de 60 anos das 13 primeiras subseções fluminenses”, conta. 

Além da revista, o centro organiza também um prêmio jurídico. “É um concurso anual de obras jurídicas inéditas, e estamos trabalhando para lançar a edição de 2016. Temos alguns nomes de possíveis homenageados, estou conversando com o presidente e acredito que em breve teremos uma definição”, acrescenta Bussinger. A última edição do prêmio foi em 2013, e homenageou Miguel Pressburger. O advogado também dá nome à Sala de Memória Fotográfica, que fica na entrada do CPD e foi inaugurada no dia 31 de março, com uma exposição sobre mulheres advogadas – que deve circular depois pelas subseções. “É nossa intenção utilizar ainda o próprio espaço do centro para expor a memória fotográfica, motivo pelo qual já estamos realizando algumas mudanças no setor, a fim de comportar pequenas exposições”, frisa o diretor. Pesquisar o papel dos advogados no período da ditadura e estimular junto às universidades trabalhos específicos sobre memória de temas como advocacia e direitos humanos, advocacia e questão racial, entre outros, também são pontos importantes do projeto de Bussinger.

Advogados e familiares que tiverem documentos, fotos ou queriam dar sugestões podem procurar a responsável pelo CPD, Maria Antonia Silva, pelo e-mail: [email protected].