Tribuna Livre

A morosidade no andamento de processos, a dificuldade de atendimento e os problemas com o SAPWeb continuam sendo as mais recorrentes críticas dos advogados militantes da Justiça do Trabalho, ouvidos no Fórum Trabalhista pela reportagem da TRIBUNA. Os entrevistados elogiam algumas varas, mas detectam que ainda são necessárias mudanças para uma maior celeridade.

SAPWeb

O maior problema do TRT ainda diz respeito ao seu sistema, que vira e mexe está em manutenção. É desgastante para nós, advogados, termos que vir sempre aqui para ver o andamento dos processos, só porque não conseguimos ver na internet. Nem mesmo atas conseguimos tirar sem vir aqui. As copiadoras do tribunal também estão abandonadas. Em vários andares vemos máquinas quebradas, e isso acaba provocando filas imensas.

Rafael Lemos Alves, advogado, 25 anos

Desigualdade

O maior problema no TRT é que os advogados não são tratados igualmente. Há discriminação contra os profissionais da Baixada Fluminense. Nós temos que vir ao Rio protocolar nossos processos daqui, enquanto os advogados do Rio não precisam ir até a Baixada para tratar de seus processos de lá. Para eles, então, é mais cômodo pegar clientes da nossa área. Isso representa uma desigualdade.

Moises Menezes de Amorim, advogado, 57 anos

Depósito

Uma coisa importante a ser feita seria a liberação do depósito recursal de forma mais rápida, antes mesmo de ir ao contador. Esse processo de ir ao contador e voltar demora, em média, três ou quatro meses. Essa facilidade seria muito proveitosa para nós e agilizaria muito o trabalho do advogado que milita no TRT.

Felippe Vieira Oliveira, advogado, 26 anos

Protelação

O atendimento aqui, infelizmente, é precário. Os processos estão demorando muito e os juízes levam cerca de seis meses para prolatar uma sentença. São poucos os magistrados que marcam data recente. Os contadores também nos trazem problemas quando chegam a ficar, por vezes, um ano com um processo. A classe tem que se unir para coibir esse tipo de atitude por parte dos funcionários.

Crhisty Ane Bastos, advogada, 39 anos

Discriminação

A crítica que faço é contra meus próprios colegas, que entendem que, para agir na Justiça do Trabalho, o advogado tem que ser habitué daqui. Quando o advogado não milita só no TRT, há discriminação: eles criam problemas, dificultam as ações. Acho que não interessa se trabalhamos exclusivamente nessa área ou não, temos que ser tratados da mesma forma.

Jorge Azevedo Silva, advogado, 74 anos

Audiência

O pior aqui é o fato de a audiência não ser realizada de uma única vez. Algumas varas estão marcando prosseguimento de audiências para o meio do ano que vem. Elas deveriam tentar se concentrar na audiência una, conforme a previsão legal. Eu sei que há sobrecarga nas varas, mas só para a instrução o processo está levando um ano, e isso provoca até descrédito por parte dos clientes.

Cesar Augusto de Souza Carvalho, advogado, 48 anos

Morosidade

A Justiça do Trabalho, como um todo, está muito morosa de uns tempos para cá. Há varas que funcionam, sim, mas em algumas o advogado leva cerca de seis meses para ter um despacho, como são os casos da 4ª, da 8ª e da 20ª, entre outras. Então, não posso dizer que está o TRT está bom, pelo contrário. Mesmo com toda a tecnologia atual, que deveria agilizar o andamento do processo, ele fica travado aqui no tribunal.

Regina Souza, advogada, 54 anos

Sobrecarga

O que mais dificulta o trabalho do advogado aqui são as filas e a consequente demora no atendimento, que, em algumas varas, leva até duas horas. Há a nítida necessidade de aumento no número de funcionários para que essas varas funcionem com mais celeridade, pois elas estão sobrecarregadas.

Sidnei Batista, advogado, 52 anos

Melhoria

Acho que o funcionamento no TRT melhorou bastante. Antes eu enfrentava dificuldades para entrar, as varas tinham filas quilométricas, não conseguíamos acessar o site. Agora senti uma melhora em todos esses aspectos, em todas as varas. Para mim, está bem satisfatório.

Maria Lúcia Correia, advogada, 46 anos