A ADV Credi, cooperativa de crédito dos advogados fluminenses, está entrando em nova fase. O diretor-presidente eleito, Ronaldo Gaudio – cuja indicação ainda será homologada pelo Banco Central –, anunciou que a cooperativa passará por um processo de modernização para integrar um sistema de crédito que controla a sexta maior instituição financeira do país.

Eleito em junho, Gaudio vem assessorando o presidente em exercício, Eduardo Valença. “O processo está sendo feito em conjunto com o ex-presidente Frederico Mendes, sentamos juntos para debater o plano de modernização, desenhamos as linhas gerais de como iremos seguir”, explica. A nova diretoria executiva será indicada pelo conselho da cooperativa. “Trata-se de um modelo de governança mais profissionalizado, com segregação parcial entre o deliberativo-estratégico e o executivo. Para isso, será escolhido alguém do mercado”, revela.

A principal mudança  prevê a transformação da cooperativa em uma espécie de banco da advocacia. “Queremos colocar a ADV Credi dentro do sistema de crédito cooperativo. Com isso, passaremos a fazer parte de uma rede de cooperativas que controlam um banco, o sexto maior se comparado às demais instituições financeiras do Brasil”, diz Gaudio, referindo-se ao Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), que controla o Banco Cooperativo do Brasil S/A (Bancoob). Ele acredita que, com isso, será possível oferecer aos colegas um portfólio de produtos equivalentes aos disponíveis no mercado. “Desde financiamento imobiliário até investimentos de alta remuneração, cartões de crédito, talão de cheque, enfim, um banco completo, com toda a estrutura de atendimento via internet banking, aplicativo para celular etc. A ideia é que, até o final de 2017, essa reestruturação esteja completa”, anuncia. 

Gaudio garante que a cooperativa terá as menores taxas, e que os investimentos serão remunerados acima do mercado. “E a explicação é muito simples: não somos uma instituição com fins lucrativos, somos uma cooperativa. O que viraria lucro podemos transformar em um serviço financeiro melhor. Enquanto no banco se pagam taxas muito caras, estamos reduzindo-as. Se houver sobra após cobrirmos os custos será devolvida para os cooperados”, diz. O principal objetivo da modernização seria fazer com que os advogados “deixem de ser reféns dos bancos”. As mudanças incluem ainda reforma na sede da cooperativa. A logomarca também foi alterada, e agora segue o padrão visual da OAB/RJ.

A experiência de Gaudio como presidente da Comissão de Direito Cooperativo (CDC) da Seccional foi decisiva para sua indicação. Com mais de 20 anos de trabalho na área, ele ministra aulas na Fundação Getulio Vargas em cursos de gestão de cooperativa de crédito, além de presidir o Instituto Brasileiro de Estudos em Cooperativismo (Ibecoop) e assessorar a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Gaudio considera que o número de associados atualmente é uma fração muito pequena do universo de 140 mil advogados fluminenses, e por isso “a margem de crescimento é muito boa”. Para as pessoas jurídicas, ele promete que, “uma vez operando com todo esse portfólio”, a ADV Credi pretende oferecer “o serviço de gerenciamento das operações dos escritórios, como folha de pagamento e outros”.