17/11/2016 - 17:29

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Dica do Mês: Jazz, crônicas e improvisos de Aldir Blanc

17/11/2016 - 17:29

Dica do Mês: Jazz, crônicas e improvisos de Aldir Blanc

MARCELO MOUTINHO
 
No começo dos anos 2000, o compositor Aldir Blanc assinou uma coluna semanal no site No ponto - Notícia e Opinião. Os textos giravam em torno de duas de suas grandes paixões: o jazz e a literatura policial. Não se tratava exatamente de resenhas, nem de crônicas. Eram “improvisos”, como bem define o jornalista Paulo Roberto Pires, então editor de cultura do NO, valendo-se de uma expressão típica do universo jazzístico.

O gabinete do doutor Blanc: sobre jazz, literatura e outros improvisos, livro que a editora Mórula acaba de lançar, reúne parte dessa produção. Na obra, John Coltrane, Miles Davis, Charles Mingus, Frank Sinatra e Glenn Goud dividem espaço com alguns dos maiores escritores do noir. Gente como Conan Doyle, James Ellroy, Manuel Vásquez Montalbán e Luiz Alfredo Garcia-Roza. No ônibus de Aldir, todos eles têm lugar à janela.

A compilação de “improvisos” chega às livrarias juntamente com a reedição de Rua dos Artistas e arredores, seleta publicada em 1978 a partir das crônicas escritas para o semanário O Pasquim. E vem mais por aí. Os dois volumes são apenas o primeiro acorde de uma série em homenagem às sete décadas de vida do compositor. Na coleção Aldir 70, em breve estarão também Porta de tinturaria e Vila Isabel, inventário da infância, em relançamentos, além de uma coletânea de textos veiculados pelo autor em jornais e revistas nos últimos dez anos.

Com o capricho gráfico que marca as publicações da Mórula e capas desenhadas pelo cartunista Allan Sieber, os livros celebram a produção do afiado cronista, tantas vezes nublada pelo trabalho musical. E reiteram: não importa se é verso ou se é prosa. O craque Aldir Blanc chuta com as duas.

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