Antiga luta da OAB/RJ, a proposta de uso facultativo do terno completo pelos advogados durante o período de calor extremo no Rio de Janeiro voltou a ser pauta em janeiro, quando a Seccional e a Caarj promoveram campanha pela adesão dos tribunais ao pleito. Com a temperatura beirando os 40 graus, a redação da TRIBUNA esteve no Fórum Central para ouvir os colegas.

Vivemos em uma cidade em que o calor aumenta a cada ano. Acho que o uso do terno é mais uma questão de costume, da mentalidade de que ele é demonstração da nobreza da profissão. Mas a advocacia já foi mais do que aceita pela sociedade, e não é a vestimenta que mudará isso. Sendo facultativo, o advogado que quiser manter-se dentro da tradição poderá vestir terno, mas tenho certeza de que a maioria optará por uma roupa mais leve.
Marcelo Luz Leal, advogado, 36 anos

 

A proposta da OAB/RJ é excelente. Sou contra a obrigatoriedade do paletó, pois deve ser considerado esse calor extremo do Rio de Janeiro e de outros estados do país, que influencia diretamente na saúde e no desempenho do advogado. É óbvio que quem exige tais trajes não passa por esse sofrimento diário.
Tompson Bastos, advogado, 54 anos

 

Alguns colegas podem divergir, mas eu entendo que, dentro das casas de Justiça, a tradição deve, sim, prevalecer, com o uso do terno e da gravata. Lá fora pode tirar o paletó, mas dentro dos fóruns essa indumentária é o uniforme do advogado, é a nossa tradição. Por isso sou a favor de que seja mantido.
Anselmo Pires de Souza, advogado,60 anos

 

 

Adotar o uso facultativo é uma boa medida. Acho que a partir disso cabe aos colegas usarem o bom senso. Em alguns momentos acredito que o terno continuaria sendo indispensável, mas quando for uma questão tratada em cartório, por exemplo, nada melhor do que poder colocar uma camisa mais leve.
Valquir Sebastião Costa, advogado, 66 anos