04/07/2013 - 19:15

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OAB Jovem quer qualificar profissionais para o mercado

04/07/2013 - 19:15

OAB Jovem quer qualificar profissionais para o mercado

Voltada para os advogados com até cinco anos de inscrição, a OAB Jovem nos últimos anos, vem realizando um trabalho de inserção desses colegas no mercado de trabalho. Agora, segundo o presidente da comissão, Eduardo Biondi, o grupo quer ir mais a fundo, criando ferramentas de qualificação dos profissionais em início de carreira.
 
“Continuaremos com nossos projetos de colocação dos colegas no mercado, mantendo o bem-sucedido Banco de Oportunidades [ferramenta online que divulga oportunidades em escritórios de advocacia, empresas ou de especialistas em recrutamento e seleção de recursos humanos], mas queremos dar uma nova roupagem à função da comissão, partindo do princípio que, se o advogado passa no Exame de Ordem, ele já tem a chancela da OAB de que está preparado para o mercado de trabalho”, diz.
 
Biondi explica que isso está sendo feito, principalmente, por meio de cursos, palestras e interação com as faculdades de Direito. “Já temos uma grade de palestras voltadas ao jovem advogado fechada até dezembro, com eventos fixos, realizados toda última segunda-feira do mês, das 10h às 12h”, informa, citando também os cursos, promovidos em parceria com a Escola Superior de Advocacia (ESA), com foco em matérias pouco abordadas em faculdades, como Português jurídico.
 
“Já estamos distribuindo, também, a cada entrega de carteiras, um CD com mais de mil modelos de peças processuais. Não se trata de um copia e cola, mas sim de um norte para o jovem advogado lastrear sua petição inicial em um primeiro momento”, acrescenta.
 
Outras ideias do grupo são formular uma cartilha de posturas para os colegas iniciantes, a fim de ajudar o advogado na prática, indicando, entre outros tópicos, como se portar em uma audiência e como se dirigir ao juiz; e atuar junto a faculdades para que incluam, em suas grades, as matérias Oratória e Processo digital e para que adiantem a disciplina Deontologia jurídica, que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do direito.
 
“Identificamos um número muito grande de estagiários que respondem a processos ético-disciplinares na Ordem. E isso acontece, na maioria das vezes, por desconhecimento, já que geralmente o estudante começa a estagiar no sétimo período e só estuda o Estatuto da Advocacia no décimo”, afirma o presidente.
 
Entre os problemas identificados por Biondi está também o baixo piso salarial da categoria que, segundo ele, na prática, é defasado em relação à tabela de honorários da OAB. “Não faz o menor sentido, em uma ação específica, um jovem advogado, que trabalha por vezes 40 horas por semana, receber um salário muito menor do que um advogado mais experiente receberia”.
 
“Hoje também há uma cultura muito grande dos estudantes de Direito em fazer concurso público e declarar que não quer ser advogado. Estamos indo às faculdades realizar palestras para justamente desmitificar esse conceito de que advocacia privada não dá dinheiro, explicando, inclusive, que o trabalho de defensores públicos e promotores é semelhante ao dos advogados”, completa Biondi.

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