15/12/2014 - 17:18

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Caarj completa 70 anos com ato e exposição na Secccional

15/12/2014 - 17:18

Caarj completa 70 anos com ato e exposição na Secccional

Os 70 anos de fundação da Caarj, completados no dia 27 de novembro, foram comemorados com uma cerimônia que reuniu a diretoria, funcionários e ex-presidentes da entidade, lotando o plenário da OAB/RJ. Na ocasião, também foi inaugurada a exposição Caarj 70 anos, com fotos e documentos históricos.

O presidente da Caixa, Marcello Oliveira, falou sobre os desafios enfrentados e o trabalho social que vem sendo implementado nos últimos anos: “O que mais nós sentíamos, quando assumimos, era a necessidade de focar nossa atenção não no que a Ordem já faz, mas especialmente nos problemas pessoais do advogado. Acreditamos que a Caarj deve concentrar sua atuação da porta do escritório dos colegas para fora, pensando nas questões que podem influenciar no seu desempenho profissional, como problemas de saúde, financeiros ou emocionais”, disse ele.

Marcello revelou que o serviço social foi a principal preocupação, mas que, ao longo da gestão,  foram possíveis grandes conquistas nas outras áreas: “Pelo Eixo Vida, por exemplo, conseguimos vacinar mais de dez mil advogados”. Ele destacou também que, para ampliar a área de atuação dos demais eixos, como o Bem-estar e o Cultural, foram firmados convênios: “Como não poderíamos estar em todos os lugares, procuramos parcerias como a com o Serviço Social do Comércio, o Sesc, que traz mais estrutura por um preço baixo para os colegas.”

O presidente da Caarj mostrou ainda o resultado do estudo, encomendado ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que filtrou os resultados do Censo de 2010 para os profissionais de advocacia. A intenção era traçar o perfil socioeconômico da classe. Marcello apontou a grande diferença verificada entre os que ganham menos e os mais bem remunerados por seu trabalho. De acordo com a pesquisa, na parcela de 25% dos advogados mais pobres a renda varia, na faixa de 20 a 34 anos, de R$ 1.500 para, 45 anos depois, R$ 2.500. Na faixa dos 10% mais ricos, vai, na faixa dos 20 a 34 anos, de R$ 7.000 para, na faixa de 65 anos ou mais, R$ 15.000.

“A Caixa teve sua primeira sessão, em 1944, realizada por pessoas que se sensibilizavam com as discrepâncias e este estudo mostra que a questão está longe de ter se esgotado ao longo do tempo, muito pelo contrário”, afirmou Marcello, citando ainda dados segundo os quais as advogadas têm uma remuneração equivalente a apenas 73% da que seus colegas homens recebem.

“É uma demonstração de que a desigualdade está presente na nossa sociedade e entidades como a Caixa são muito necessárias nesse sentido”, frisou o presidente, enumerando ainda outras áreas de trabalho: “A Caarj é um órgão essencial à Ordem e não somente por sua atuação social. O maior exemplo disso é o projeto OAB Século 21, inaugurado na gestão de Felipe Santa Cruz na Caixa e que até hoje executa a modernização das salas dos advogados no estado inteiro”.

Presidente da OAB/RJ de 2007 a 2012, Wadih Damous contou a situação de crise encontrada: “Só a dívida do plano de saúde era assustadora. E aquilo apontava para caminhos radicais. Foi o momento mais difícil da nossa gestão, quando decretamos a intervenção na Caarj e saneamos o plano de saúde, para que pudéssemos estar aqui, hoje, comemorando os 70 anos”.

O presidente da Seccional, Felipe Santa Cruz, que comandou a Caarj de 2010 a 2012, falou sobre a reestruturação da casa: “Vejo pessoas que não têm a noção exata do tamanho do problema. Acho que não entendem que tudo correu risco de se acabar por uma opção que era um ‘ouro de tolo’. Não cabe à Ordem vender remédio, vender produtos. Pode ter convênios, conseguir preço melhor para os seus advogados, mas se vira entidade empresarial, põe em risco esse patrimônio que é a OAB.”

Felipe citou a luta no Supremo Tribunal Federal em relação às dívidas tributárias acumuladas nas gestões anteriores.“São dívidas de todo o sistema OAB ligadas a atividades do plano de saúde, nas quais a Caarj não pagou tributos por anos”, explicou. “A crise nos obrigou a encontrar novos caminhos e o que esta diretoria tem feito é isso: em uma realidade de desafios, inovamos. A Caixa nasceu há 70 anos com o espírito de solidariedade dos advogados para com os advogados. E tem que manter isso vivo”.

A mesa contou com o ex-presidente do Conselho Federal Eduardo Seabra Fagundes; o presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros, Técio Lins e Silva; os presidentes das Caixas de Sergipe e Minas Gerais, Inácio Krauss e Sergio Murilo Braga, respectivamente; o presidente da subseção de Niterói, Antônio José Barbosa; e o membro honorário vitalício da Ordem Cândido de Oliveira Bisneto.
 

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