15/03/2016 - 17:37

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Que avanços na igualdade de direitos você espera nos próximos anos?

15/03/2016 - 17:37

Que avanços na igualdade de direitos você espera nos próximos anos?

Ouvidas pela TRIBUNA, advogadas dizem o que aguardam de mudanças práticas a partir da movimentação social
 
No viés do empoderamento, espero as mulheres cheguem à liderança preservando suas características femininas. Temos que manter nossa forma sensível, intuitiva e justa de atuar, sem medo de julgamentos desfavoráveis sobre nossa capacidade profissional. Nossas diferenças nos permitem perspectivas diferentes em relação a temas fundamentais para o caminhar da sociedade e isso precisa ser valorizado por todos.
Daniela Gusmão, presidente da OAB Mulher
 
Festejamos as conquistas, mas ainda esperamos igualdade salarial, autonomia sexual e reprodutiva, ocupar os espaços de poder e acabar com as violências de todo tipo contra as mulheres. Essa juventude feminista nas ruas nos mostra que as lutas pelos direitos estão mais atuais do que nunca. E essa deve ser uma luta pelos direitos de todas, especialmente as mais vulneráveis como as presas, as negras e pobres.
Maíra Fernandes, conselheira da OAB/RJ
 
Tivemos alguns avanços importantes no mundo público, com a igualdade de direitos, porém, no espaço privado, esses avanços não são tão significativos. A violência contra a mulher prova isso, e hoje, a partir do crescimento do movimento feminista, ela está muito escancarada. Em relação a essa questão, é preciso que haja mais avanços no campo legal, mas também no social, já que o assédio moral e sexual das mulheres muitas vezes não é reconhecido.
Maria Berenice Dias, presidente da Comissão Especial da Diversidade Sexual da OAB Nacional e do Ibdfam

O que eu espero é uma mudança de comportamento da sociedade, porque as leis têm avançado, mas ficar só no papel não resolve. É preciso que haja uma transformação cultural de fato em relação ao machismo.Tudo começa através da educação dos mais novos, nas escolas de base, ensino médio, nos bancos acadêmicos. Os veículos de comunicação de massa, como a televisão, também têm muito poder de falar com o público e passar mensagens. As noções de igualdade de gênero poderiam ser mais reforçadas nas novelas, por exemplo.
Dália Tayguara, advogada
 
Espero que a força do movimento feminista continue a impulsionar políticas públicas capazes de combater distorções ainda presentes no mercado de trabalho do Século 21, tais como a desigualdade de remuneração e a resistência à participação ativa das mulheres em funções iguais às dos homens.
Camila Freitas, conselheira da OAB/RJ

Estudos demonstram que mulheres são desproporcionalmente afetadas pela pobreza, violência, discriminação e exploração. A internet auxilia tanto na célere disseminação de informação plural quanto na mobilização. Além de evitar retrocessos apresentados em diversos projetos de lei conservadores, são necessários avanços: na dimensão política, obter-se paridade nas candidaturas e ampliação da participação das mulheres em cargos eletivos; na dimensão profissional, superação da discrepância salarial entre homens e mulheres em posições equivalentes e combate ao assédio moral e sexual; na dimensão social, o desenvolvimento de políticas públicas guiadas pelos princípios de inclusão e equidade, com atenção às especificidades das mulheres negras, indígenas e de comunidades LGBT, refugiadas, migrantes e com deficiência; especificamente quanto aos direitos sexuais e reprodutivos, a legalização do aborto, tal como igualmente defendido pela ONU, o combate à violência obstétrica; entre outros.
Fernanda Bianco, presidente da Comissão de Bioética e Biodireito da Seccional

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