03/08/2018 - 21:05

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Você é a favor da obrigatoriedade do Exame da Ordem?

03/08/2018 - 21:05

Você é a favor da obrigatoriedade do Exame da Ordem?

Instituído em 1994, o Exame de Ordem avalia se os bacharéis em Direito possuem capacitação necessária para o exercício da advocacia. Repercutindo o Projeto de Lei (PL) nº 2.154/2011, de autoria do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que propõe a revogação da exigência da prova, a reportagem da TRIBUNA esteve no Fórum Central para perguntar aos colegas.
 
Acho que o exame seleciona os bons profissionais e melhora a qualidade da advocacia. Eu fiz e acho importante a continuidade dele. Existem hoje muitos cursos e faculdades que não exigem tanto do aluno como deveriam. As provas realizadas nos últimos anos refletem, sem dúvida nenhuma, o bom nível que a advocacia no Brasil está alcançando.
Alan Andrino, advogado, 36 anos

O exame deve ser realizado, sim. Na minha época não era tão apertado como é atualmente, por isso mesmo ele se tornou tão importante. Hoje há uma grande facilidade para cursar faculdade, com matérias até pela internet. Essa é uma forma de já filtrar quem está apto a entrar no mercado, pois temos casos de colegas que nem peticionar sabem.
Miryam Figueiredo, advogada, 58 anos

O exame deve continuar, mas é preciso que seja feita uma revisão nele. Segundo comentários gerais, está muito puxado. Podia ser algo mais específico, voltado para a área em que o bacharel pretende atuar. Desse jeito não está legal, pois, por ser muito difícil, muitos perdem a esperança.
Carlos Alberto da Silva, advogado, 60 anos

Não concordo com a aplicação dessa prova porque o que faz a nossa profissão dar certo é a prática, o exercício profissional. Eu fiz o primeiro exame da OAB, mas sei que ele já mudou muito e os de hoje são de um nível que não acompanha a faculdade. Acho que a obrigatoriedade, ainda mais com uma taxa alta de inscrição, é mais um obstáculo para uma pessoa que está tentando começar. Para isso existem os estágios. E se o colega for um mau profissional, não vai firmar clientela e poderá ter representações na Ordem.
Iasmine Abitan, advogada, 42 anos

Eu entendo que, se todos que se formam em Direito pudessem tirar a carteira, teríamos um número enorme de advogados, mas não concordo com a aplicação do exame porque causa uma diferenciação entre os advogados mais velhos, que não passaram por isso, e os mais novos. Muitos desses mais antigos, se tivessem que passar por uma prova tão intensa como essa, não seriam aprovados. Isso fere a igualdade. O mercado já exerce, naturalmente, um efeito de seleção dos bons profissionais.
Renata Villela, advogada, 34 anos


O Exame de Ordem hoje é necessário por conta da proliferação das universidades no país. Infelizmente, o nível dos cursos caiu muito, e o exame é uma forma de aferir se o candidato tem condições de ir bem no exercício da advocacia. Já que o MEC não fiscaliza do jeito que deveria as instituições de ensino, a OAB, por sua vez, tem que avaliar seus profissionais. Só é preciso ter cuidado para que não fique tão difícil a ponto de virar uma espécie de concurso público.
Thalis Mota, advogado, 31 anos

Concordo plenamente com a aplicação da prova e ainda acho que ela deveria ser mais rígida, porque as faculdades não ensinam nada. E se não ensinam, chegando ao mercado, como vai ser? É uma forma de medir quem pode chegar lá e ser um bom advogado.
Oséas Duarte Neves, advogado, 72 anos

A prova é necessária, pois é uma forma de filtragem dos profissionais, até porque os cursos proliferaram. É muito mais fácil abrir uma faculdade de Humanas do que uma de Ciências da Saúde, por exemplo. Logo, a quantidade de formados nessa área é imensa. A prova é uma forma correta de avaliação, para saber justamente como o aluno foi durante toda a faculdade.
Juliana Gurgel, advogada, 29 anos

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