MARINA IRIS
No mês em que é celebrado no Brasil o Dia da África – a data precisa é 25 de maio –, chegou às livrarias uma riquíssima obra sobre o continente africano e sua cultura. O Dicionário de História da África (Autêntica), escrito a quatro mãos pelo compositor, cantor, pesquisador e advogado Nei Lopes e pelo professor José Rivair Macedo, aborda o continente levando em conta sua vasta diversidade e situando os povos, países ou regiões como protagonistas de suas histórias. Neste sentido, o livro vai na contramão da visão eurocêntrica e generalizante que costuma dominar as (poucas) informações que se tem no Brasil sobre a região.

Com cerca de 1.200 verbetes, que reúnem formas de organização social, biografias de líderes religiosos, políticos e outras figuras históricas, e contando com uma síntese cronológica que vai do Século 7 ao 16, o livro é uma consolidação das pesquisas de Nei Lopes, iniciadas com Bantos, malês e identidade negra, obra lançada originalmente em 1988 e reeditada em 2006. No Dicionário, os dois autores tratam o assunto com profundidade, mas sem abrir mão de uma linguagem clara e direta, acessível ao leitor não iniciado no tema.