06/06/2017 - 13:24

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Colega que teve conversa com cliente gravada é desagravado em Niterói

06/06/2017 - 13:24

Colega que teve conversa com cliente gravada é desagravado em Niterói

Um advogado chega à delegacia e solicita um encontro reservado com seu cliente, detido nas dependências policiais. O delegado prontamente os encaminha para uma sala onde, sem saber que estão sendo gravados, os dois conversam por três horas. O áudio posteriormente é um dos argumentos utilizados pelo Ministério Público para a renovação do pedido de prisão temporária do detento. A cena poderia fazer parte de qualquer série policial, mas aconteceu, em 2015, com o advogado Paulo Wong Chan, na Divisão de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. O caso motivou desagravo organizado pela Seccional no dia 26 de maio, em frente à Subseção de Niterói.

 “Caminhamos cada vez mais para um Estado antidemocrático. Se o advogado não pode mais conversar com seu cliente, não há cidadania”, afirmou o presidente da Comissão de Prerrogativas e tesoureiro da Seccional, Luciano Bandeira, ressaltando a gravidade do caso e destacando que o inciso III do artigo 7º do Estatuto da Advocacia aborda explicitamente a questão. “Foi muita audácia fazerem esta gravação. Vamos continuar acompanhando o caso e tomaremos todas as medidas cabíveis”.

 Presente ao ato, Chan se disse comfortado pelo apoio de tantos colegas. Ele explicou a situação ocorrida em 2015 e salientou a relevância do apoio institucional da Seccional. “Após a confusão entramos com um pedido de habeas corpus e a juíza reconheceu que o áudio não poderia ser usado como prova. O que aconteceu comigo poderia ter ocorrido com qualquer outro advogado. Temos que nos proteger”, afirmou.

Os presidentes das comissões de prerrogativas das  subseções de Niterói, Hugo Viana, e da Barra da Tijuca, Ricardo Braga, também falaram em favor do colega e sublinharam a importância do apoio da Ordem em casos como esse e da defesa intransigente dos direitos da classe.

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