Na noite de 5 de maio, a abertura do II Encontro da Jovem Advocacia do Sudeste lotou o plenário da OAB/RJ, e teve como tom principal a valorização dos jovens profissionais no meio jurídico.

“Não somos poucos e não somos pouca coisa”, declarou o presidente da OAB Jovem do Rio de Janeiro, Tomás Ribas, ao pedir que os jovens advogados pensem na sua valorização.

Ele apontou o crescimento do número de profissionais jovens nos últimos anos como um fator para embasar o pedido de redução da cláusula de barreira, que impede que advogados com menos de cinco anos de carreira ingressem em conselhos seccionais da Ordem.

“Estamos chegando a quase metade da advocacia nacional. A preocupação que nós temos é: se não participamos do conselho, como conseguiremos que quem está lá faça algo por nós, que representem a nossa pauta? Nós temos que nos unir para sermos ouvidos”, disse.

Conselheiro seccional e ex-presidente da comissão, Eduardo Biondi representou a diretoria da OAB/RJ no evento e demonstrou preocupação com o aumento das faculdades de Direito, que considera “desenfreado”.

“Hoje temos uma realidade em que há cerca de um milhão de advogados, mas a quantidade de bacharéis em Direito é três vezes maior. No Rio de Janeiro, temos 220 mil inscritos para 6,8 milhões de habitantes. Quase 30 habitantes por advogado. Se continuarmos nesse crescimento teremos um advogado por habitante, o que é péssimo para quem está ingressando no mercado”, apontou Biondi.

Já o presidente da Comissão de Apoio ao Advogado Iniciante do Distrito Federal, Thiago Santana, acredita que há espaço para os profissionais. “Há hoje cerca de 126 milhões de ações tramitando na Justiça brasileira. E, além da litigância, temos várias oportunidades extrajudiciais, como a mediação e a arbitragem, que são casos que passam, primeiramente, por um advogado”, disse ele, aconselhando os presentes sobre a importância de se fazer conexões no meio para obter sucesso profissional.

Representando, na mesa, a jovem advocacia do interior, a presidente da OAB Jovem de Teresópolis, Amanda Magalhães, citou a questão dos audiencistas para exemplificar a falta de valorização da profissão: “A advocacia está banalizada e no interior a situação é ainda pior. Sabemos que todo mundo precisa trabalhar, mas os audiencistas se submetem à execução do seu trabalho de forma irrisória”.

A abertura do encontro teve também a participação da presidente da Comissão Estadual de Advocacia em Início de Carreira da OAB/ES, Natálya Assunção; do presidente da Comissão da Jovem Advocacia da OAB/SP, Leandro Nava; e do presidente da OAB Jovem de Minas Gerais, Moysés Monteiro.

O evento continuou até o fim do dia 6 de maio, com painéis sobre estereótipos profissionais, o papel da advocacia nas transformações sociais e a situação de precarização da profissão, entre outros.