Um dos pontos fundamentais que compõe a lista de lutas da OAB/RJ, a igualdade racial foi mais uma vez debatida em um evento da casa. Desta vez, no entanto, o Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional e a Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil do Conselho Federal da OAB (CNVENB) apresentaram a temática sob uma perspectiva diferente. Em debate no dia 28 de março, advogados e especialistas falaram sobre os meios, instrumentos e recursos jurídicos para o combate ao racismo.

Para o diretor do Centro de Pesquisa, Aderson Bussinger, tratar desse tema é sobretudo falar da identidade do povo brasileiro. “Passamos por um período sombrio, em que ressurgem movimentos racistas e grupos retrógados que nos desafiam e nos motivam a discutir cada vez mais essa pauta”. 

Vice-presidente da ESA, Fernando Cabral já atuou ao lado do presidente da CNVENB, Humberto Adami, em ações cuja temática era racial. Cabral apresentou a Ação Civil Pública como instrumento de repreensão e reparação da violação à honra e à dignidade de grupos raciais. 

Humberto Adami abordou o trabalho da comissão e explicou que os relatórios apresentados pelos grupos espalhados em 15 seccionais da Ordem são documentos iniciais. “É importante ressaltar que ainda temos muito trabalho a realizar. Ao mesmo tempo que fazemos o nosso levantamento usando a metodologia aprovada pelo Conselho Federal, de construir pistas e provas da escravidão, em outro braço levantamos e fomentamos a bibliografia sobre a verdade da escravidão negra”, destacou.

Yedo Ferreira, militante histórico da luta antirracista e pró-reparação, falou sobre a escravidão. No mesmo tom, o advogado criminalista Luís Guilherme Vieira disse ser impossível ficar indiferente a essas questões. “A nação de hoje é infinitamente melhor que a que ficou para trás. Mas hoje ainda não temos a nação que queremos deixar de herança para as gerações futuras”, ressaltou.