A Comissão de Proteção e Defesa dos Animais (CPDA) promoveu, no dia 29 de março, debate sobre a criação de um santuário de tubarões em Fernando de Noronha. Segundo o presidente do núcleo, Reynaldo Velloso, a posição da comissão é a de colaborar no que for necessário para que o projeto se torne realidade. “É uma luta grande e que não vai se restringir a esse evento. Temos que avançar na efetivação do santuário”, defendeu.

Por mais que existam ações de preservação dos tubarões e que a pesca da espécie na ilha seja proibida desde 1980, existe uma polêmica relacionada ao consumo de bolinho de tubarão, que vem se tornando parte do turismo local. Para os especialistas da mesa, não faz sentido que o mesmo lugar onde se defende a preservação da espécie a sirva como alimento. O mergulhador Eduardo Macedo afirmou que quem costuma praticar a atividade em Noronha vem observando a diminuição dos animais. “O tubarão vivo vale muito mais que o tubarão morto. As pessoas não vão a Noronha para comer bolinho, elas vão para ver tubarão”, defendeu.

O documentarista de natureza Lawrence Wahba destacou que o arquipélago é um local onde é possível mergulhar naturalmente com tubarões e que essa característica deveria ser mais explorada. “São poucos os lugares no planeta em que você pode mergulhar com tubarões sem o uso de isca. E isso está sendo cada vez mais valorizado.“

Também participaram do encontro a diretora-executiva da Rede Pró-Unidades de Conservação, Angela Kuczach, o representante da Divers For Sharks, iniciativa internacional de mergulhadores profissionais, José Truda Palazzo Jr; e o oceanógrafo Marcelo Skaf, entre outros.