22/01/2013 - 13:39

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Felipe Santa Cruz - Presidente

22/01/2013 - 13:39

Felipe Santa Cruz - Presidente

Espírito conciliador, vocação política e defesa da classe

“Política não se faz com ódio, pois não é função hepática. É filha da consciência, irmã do caráter, hóspede do coração”, disse certa vez Ulysses Guimarães, em uma de suas famosas tiradas. É com esse espírito que se identifica Felipe Santa Cruz, recém-empossado presidente da OAB/RJ, aos 40 anos.
 
Admirador do Senhor Diretas, um dos mais hábeis políticos brasileiros, Felipe diz  espelhar-se no estilo conciliador de Ulysses, que presidiu a Assembleia Nacional Constituinte e era também advogado. “Sua capacidade de criar pontes onde havia divergências é uma característica na qual me reconheço”, afirma o novo dirigente da advocacia fluminense ao iniciar o primeiro de seus três anos de mandato.
 
Filho único de Ana e Fernando Santa Cruz, ele desaparecido político aos 26 anos, em 1974, Felipe deseja que os fatos e responsabilidades do passado sejam esclarecidos pela Comissão da Verdade, mas não quer que seus próprios filhos, Lucas, Beatriz, Maria Eduarda e João Felipe, cresçam, como ele, angustiados pela busca de informações sobre o paradeiro do avô. “Só quero paz e verdade, e que a história da bravura de um jovem idealista lhes seja contada como uma lembrança de família”.
 
Felipe desembarcou no Rio de Janeiro com 15 anos, vindo do Rio Grande do Sul. No peito, trouxe a paixão pelo Internacional. É Advogado militante desde que se formou pela PUC-Rio, em 1997. Ainda na faculdade, presidiu o Centro Acadêmico de Direito e o Diretório Central de Estudantes. Na época, lutou por melhorias no ensino e participou de atos em defesa da democracia, como o movimento pelo impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Mello.
 
Do início da militância profissional, Felipe traçou, ao longo de 15 anos, uma bem sucedida carreira como advogado trabalhista – é um dos sócios do escritório Stamato, Santa Cruz, Saboya. Foi professor universitário e fez mestrado em Direito e Sociologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF) – defendeu tese sobre Direito do Trabalho. Alguns ex-professores, como Carlos Alberto Direito, Celso de Melo e Marcelo Trindade, tornaram-se referências.
 
Casado com a advogada tributarista Daniela Gusmão, foi eleito em 2006 conselheiro da Seccional na chapa encabeçada por Wadih Damous, e dirigiu o Departamento de Apoio às Subseções (DAS) entre 2007 e 2009, coordenando a implantação do projeto OAB Século 21, que modernizou as representações da Ordem em todo o estado. Foi, também, responsável pela criação do Recorte digital e pelo oferecimento do plano odontológico, entre outros serviços. Três anos depois, os colegas elegeram Felipe para a presidência da Caarj.
 
Assumiu a nova função em 2010 com planos ambiciosos para a entidade, sufocada por dívidas de gestões anteriores e à beira do colapso financeiro. “A Caarj não é plano de saúde, é uma caixa de assistência para amparar os advogados nos momentos de necessidade. Deve atender a todos, e não somente a uns poucos”, afirmou na ocasião. 
 
Em sua gestão, escalonou e renegociou pagamento de débitos com fornecedores, sanou dívidas bancárias, reduziu custos e estendeu a rede de serviços e benefícios aos advogados. Criou projetos como o Nascer, que auxilia advogadas que se tornam mães, e o Aprender, voltado à educação dos filhos. 
 
Na presidência da OAB/RJ, Felipe claramente assume a defesa dos interesses corporativos dos advogados. “As seccionais devem voltar-se para a prestação de serviços relacionados ao dia a dia do profissional, como cursos de capacitação para os advogados lidarem com o processo eletrônico”, exemplifica. Ele tem como principais diretrizes e desafios a manutenção e o reforço dos projetos bem-sucedidos e o foco em lutas pelo melhor funcionamento do Judiciário, principalmente na primeira instância e nos juizados especiais.
 
 

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