Realizada pela Escola Superior de Advocacia (ESA) no dia 5 de setembro, a palestra Governo e a democracia no Século 21 apresentou a um público composto por advogados, jornalistas, cientistas políticos e profissionais de outras áreas questões sobre as transformações a níveis mundial e regional que impactaram o governo e a democracia nos últimos anos, como os novos meios de comunicação, e as perspectivas para o futuro.

Segundo o palestrante Silvério Zebral, economista-chefe do Departamento de Modernização do Estado da Organização dos Estados Americanos (OEA), vivemos hoje uma “fadiga política”, no momento em que a sociedade se encontra comprimida, conectada e líquida -- seguindo, para esta última classificação o conceito de “modernidade líquida” construído pelo sociólogo Zygmunt Bauman. 

“A maioria de vocês acha que seus celulares são instrumentos espetaculares de participação democrática”, observou. “Mas participação por redes sociais tem um problema, que é a interpretação. Fica difícil, no meio das mídias sociais, saber o que é verdade ou não. Há muita gente gerando informação, muita gente traduzindo informação e não necessariamente o debate político se qualifica por conta da participação. Muitas vezes a participação ampliada resulta em uma sequência de interpretações que produz um mito, e ele se transforma em verdade. Isso contamina o debate”, disse Zebral.

A palestra teve mediação do diretor-geral da ESA, Sergio Coelho, que fez a ponte para que o advogado Gustavo Sampaio comentasse a situação sob o viés da advocacia. Para Sampaio, o Direito deve acompanhar a fluidez do mundo contemporâneo a fim de conseguir trazer respostas aos fatos sociais com a celeridade necessária.