16/12/2015 - 17:13

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Dica do mês: Samba de mão no ombro

16/12/2015 - 17:13

Dica do mês: Samba de mão no ombro

MARCELO MOUTINHO
 
Vinte e cinco anos após o referencial Chega de saudade, em que reconstituía a vida boêmia e cultural dos tempos da bossa nova, o jornalista Ruy Castro baixou sua lupa sobre outro gênero musical marcadamente brasileiro. Em A noite do meu bem – A história e as histórias do samba-canção (Companhia das Letras), Ruy descortina aquele que o compositor Mário Lago chamava de “samba de mão no ombro”. Um samba mais lento, em geral voltado aos temas do amor, à feição para a dança de rosto colado.

No livro, o samba-canção é o elemento condutor de uma viagem pelas boates que, no fim da década de 1940, tomaram o lugar dos cassinos no universo da noite do Rio. Em vez dos grandes palcos e do espalhafato das orquestras, o piano, a penumbra, a conversa sussurrada.  

Ruy ilumina o trabalho de cantores como Dick Farney, Dolores Duran e Alayde Costa, mas também costumes da época. Gírias, modismos. E, fazendo a ponte com a atualidade, destaca a permanência do gênero nas composições de Francis Hime, Ivan Lins, Dori Caymmi – só para ficarmos com três exemplos. “Discreto, longe das luzes, o samba-canção continuou a ser a grande reserva emocional da música brasileira. É a música a que duas pessoas apaixonadas sempre poderão recorrer quando sentirem o seu amor em perigo”, resume.

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