03/08/2018 - 20:59

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Autos de ação da OAB/RJ contra concurso de magistrados estão há um ano na PGR

03/08/2018 - 20:59

Autos de ação da OAB/RJ contra concurso de magistrados estão há um ano na PGR

Autos de ação da OAB/RJ contra concurso de magistrados estão há um ano na PGR

 

"É inadmissível que o processo não tenha andado", afirma Wadih

 

 

Os autos de uma ação da OAB/RJ, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de manter um concurso para magistrados realizado pelo Tribunal de Justiça do Rio em 2007, estão parados na Procuradoria Geral da República há cerca de um ano. O caso foi lembrado pela Procuradoria da Seccional. Segundo o subprocurador-geral da OAB/RJ, Guilherme Peres, os autos foram remetidos à PGR em maio de 2009 e até hoje se encontram com o subprocurador-geral da República Paulo de Tarso Braz Lucas.  "É inadmissível que, depois de tanto tempo, a ação ainda não tenha andado. Não sei qual a explicação da PGR para isso, mas é fato que essa lentidão prejudica e muito a apuração dos fatos", protesta o presidente da Seccional, Wadih Damous.

 

Segundo Guilherme, a OAB/RJ foi ao CNJ para pedir a anulação do concurso, mas não obeteve êxito. A medida adotada posteriormente foi ajuizar ação no Supremo, impugnando a decisão do Conselho. O relator, ministro Eros Grau, porém, extinguiu o processo liminarmente, alegando que se tratava de ação popular, não cabendo, portanto, uma decisão de conselheiros do CNJ. "Foi uma decisão completamente esdrúxula, um erro grosseiro. Não se tratava de uma ação popular. Era uma Ação Originária promovida pela Ordem, com base no art. 102, I, r, da Constituição Federal", enfatiza o subprocurador-geral. Dessa decisão, a Seccional interpôs agravo regimental, e logo após os autos foram remetidos ao MPF para parecer. Lá permanecem até hoje.

 

Na época em que o concurso foi realizado, constatou-se favorecimento de candidatos que tinham laços de parentesco com desembargadores. Ao todo, 2.083 pessoas fizeram as provas, das quais 33 tinham parentesco. Ao fim, dentre os 24 aprovados, sete são do grupo de parentes dos magistrados.

 

E essa era apenas uma das evidências. A semelhança de respostas das provas com o gabarito da avaliação sobre Direito Tributário também chamou a atenção de um dos membros da banca analisadora, que procurou a OAB/RJ. Além disso, uma espécie de marcação nas provas de tais candidatos, feita com corretivo, sempre na mesma linha, foi observada. Por conta da suspeita de fraude, em 2008, o Ministério Público também se manifestou, ingressando com uma ação no STF pedindo a anulação do concurso.

 

Segundo estatísticas do MP, cerca de 20% dos aprovados eram parentes de magistrados do Tribunal de Justiça.


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