17/11/2017 - 16:45

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Desafios da era digital norteiam debates na Seccional

17/11/2017 - 16:45

Desafios da era digital norteiam debates na Seccional

A relação do Direito com a tecnologia foi tema de debate no dia 23 de outubro, durante evento promovido pela Comissão de Relações Internacionais (CRI) e a Diretoria de Inclusão Digital. O tesoureiro da Seccional e presidente da Comissão de Prerrogativas, Luciano Bandeira, abriu o encontro destacando a importância de discutir o futuro da advocacia. “A inteligência artificial é algo que a gente precisa debater até para que a Ordem tenha a capacidade de regular, protegendo sempre o nosso exercício profissional”, afirmou.

O presidente da CRI, Bruno Barata, afirmou que a Seccional é pioneira na discussão de variados temas de relevância internacional. “Somos a única entre as seccionais brasileiras a ter se filiado ao International Bar Association, que é a maior associação de advogados do mundo, com mais de 100 mil membros registrados. E ao nos filiarmos a ela estamos participando de um debate internacional bastante relevante”, disse. 

Já a segunda mesa do encontro debateu se a tecnologia representa um avanço ou uma ameaça à classe. “A nossa advocacia precisa aprender a incorporar a tecnologia e a entendê-la como aliada do exercício da profissão”, defendeu a diretora de inclusão digital e secretária-adjunta da OAB/RJ, Ana Amelia Menna Barreto. “Nós não temos ainda nenhuma escola de Direito que nos prepare, nem temos aula de processo eletrônico na faculdade. Por isso a Ordem tem que cuidar disso, já que é uma obrigação institucional encaminhar os seus advogados. Somos 153 mil colegas ativos no Rio de Janeiro e mais de 1 milhão no Brasil”, afirmou.

Primeiro palestrante do painel, Rodrigo Bueno reiterou que a tecnologia não pode substituir a função cognitiva do cérebro. Naturalmente a primeira reação de todo mundo é ficar meio tenso, mas com o tempo a gente vai entendendo que a tecnologia não pode substituir o que é de essência nossa, não pode substituir a nossa capacidade de pensar e de relacionar coisas diferentes, de lidar com dados não estruturados e juntá-los em informações estruturadas. A tecnologia nos ajuda, mas não é um fim em si”, disse.

O engenheiro de computação Rafael Nasser, que também participou do encontro, faz parte do projeto Legalite PUC-Rio, que une Direito e Tecnologia. Ele disse acreditar que diversas atividades que o advogado realiza hoje serão substituídas pela tecnologia. “Isso é ruim? Talvez seja maravilhoso. A gente vai deixar de fazer o que de fato não é uma tarefa mais prestigiada e mais importante para a profissão. Precisamos entender que a tecnologia pode ajudar a solucionar problemas e a executar melhor nossas atividades”, defendeu.

Para o professor da FGV Eduardo Magrani, é necessário reconhecer que não há volta nesse caminho. “O desafio do Direito é o de tentar regular as novas tecnologias, não com uma postura de negação, mas tentando aproveitar o potencial delas sem cercear completamente a inovação”, afirmou. 
 

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