10/10/2014 - 12:29

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O advogado é respeitado pelo Judiciário?

10/10/2014 - 12:29

O advogado é respeitado pelo Judiciário?

Fechando a pauta da campanha Mais Justiça, a TRIBUNA foi à Casa do Advogado Celso Fontenelle, em frente ao Fórum Central, para saber se os colegas se sentem respeitados pelo Judiciário. Entre as queixas mais citadas, os atrasos para as audiências e os juízes que não recebem advogados.

Em algumas áreas do Judiciário o advogado é respeitado: tem juiz que entende nosso valor como profissionais, compreende que o advogado é essencial para a Justiça. Mas, realmente, alguns serventuários não nos respeitam, certos juízes se recusam a nos receber... Isso eu acho um disparate. A gente se prepara, estuda, luta contra as injustiças que são perpetradas contra nossos clientes e a sociedade e acabamos sendo embarreirados por essas pessoas que não têm consciência da importância do advogado para a Justiça.
Mario Ribeiro de Almeida Netto, advogado, 26 anos

O advogado é muito pouco respeitado no Judiciário porque tudo nós temos que pagar. Vai chegar um momento em que para pisar no Fórum teremos que pagar também; agora há taxa para tudo. Nós devíamos ser mais bem tratados, porque estamos prestando serviço à comunidade, ao cidadão, e nem sempre somos bem atendidos. Passei por diversas situações desse tipo e já me aborreci tanto que até desisti de reclamar.
Sueli Costa Palmeira, advogada, 62 anos

Nós não somos respeitados pelo Judiciário. Um exemplo são as audiências, que têm hora marcada mas nunca começam naquele horário. Os advogados ficam lá esperando horas, às vezes sem almoçar, para serem, enfim, atendidos. Agora, para completar, as varas cíveis foram transferidas para um prédio horrível. Na última semana eu e minha colega escapamos por pouco de um assalto nas proximidades.
Joyce Beatriz Fabiano Gaspar, advogada, 58 anos

No trato pessoal somos respeitados, sim. Para mim o problema é a morosidade, a demora na expedição dos mandados de pagamento etc. Mas não posso dizer que somos desrespeitados. Sou sempre muito bem tratada, não tenho o que reclamar dos serventuários e do Judiciário nesse sentido. Melhorando esse problema de estrutura, já ficarei realizada.
Viviane Batista , advogada, 36 anos

Há descaso conosco. No recesso da Justiça, por exemplo, entre 20 de dezembro e 10 de janeiro, os milhares de mandados de pagamento em tramitação não são liberados, mesmo com o Judiciário tendo noção de que os advogados dependem financeiramente daqueles mandados. O fato de um profissional ficar à míngua influencia diretamente no seu desempenho e na demanda dos processos.
Davi Santos da Silva, advogado, 26 anos

Infelizmente, não somos respeitados. O problema já começa pela espera pelas audiências. É marcado um horário e nós ficamos muito tempo esperando, mesmo no juizado especial, com os juízes leigos. Além disso, é muito difícil conseguir despachar e falar com os magistrados, muitos não nos recebem. Há 40 anos eu observo isso e não vejo mudança.
Miryam Paulino, advogada, 60 anos

Eu advogo desde 1987 e durante todos esses anos nunca tive problema. Sempre fui respeitado em todas as varas nas quais tive processo. Felizmente, não tive aborrecimentos nem com os magistrados, nem com os serventuários.
Paulo Pinto, advogado, 52 anos

A relação entre advogado e juiz sempre foi difícil na história da advocacia. Isso varia de acordo com esses profissionais. Alguns juízes não se posicionam como verdadeiros magistrados e acham que têm poderes acima dos que lhes realmente são investidos, assim como há advogados sem postura suficiente para dizer que ali eles representam também a Justiça. E não existe Justiça sem advogado. Os colegas têm que saber disso e se impor.
José Batista de Macedo, advogado, 69 anos
 

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