19/02/2013 - 18:01

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O que deveria melhorar no Judiciário em 2013?

19/02/2013 - 18:01

O que deveria melhorar no Judiciário em 2013?

Agilização no andamento dos processos e melhoria nos cartórios. Para a maioria dos advogados entrevistados pela TRIBUNA no Tribunal de Justiça (TJ), no mês de janeiro, esses são os principais pontos a serem melhorados pelo Judiciário em 2013. Segundo eles, para se chegar a esse objetivo o caminho é investir em pessoal e estrutura.
 
Com certeza, o andamento dos processos. É preciso uma agilização urgente dos cartórios. Eu penso que há poucos funcionários, pouca gente no atendimento, e isso leva a uma demora com a qual é muito estressante lidar. Eu, por exemplo, estou com um processo da 2ª Vara Cível de Jacarepaguá desde 2008 e não saiu nem a sentença de primeiro grau ainda. Nós temos prazos a cumprir e não
vejo outra forma de se advogar que não sejacom mais agilidade no Judiciário.
Conceição Xavier da Silva, advogada, 67 anos
 
É preciso melhorar o andamento dos processos, o atendimento aos advogados por parte dos serventuários, que muitas vezes deixa a desejar, e a organização e estrutura nos fóruns, principalmente em relação aos horários das audiências. Sofro frequentemente com os atrasos.
Outro dia, uma audiência minha marcada para 13h começou às 14h30.
Miryam Figueiredo Paulino, advogada, 58 anos
 
O TJ deveria seguir o exemplo da Justiça do Trabalho e instalar o processo digital nos juizados, principalmente. Essas serventias foram criadas para agilizar a Justiça e, hoje, os advogados acabam
perdendo muito tempo nelas. Há muitas filas, os juizados estão sempre cheios... Instalando o processo digital, pelo menos na capital, já agilizaria bastante o nosso trabalho, pois, além de poupar a longa espera, funcionários que hoje estão nos juizados poderiam ser desviados para as demais varas carentes de pessoal.
Vitor Duque Estrada, advogado, 30 anos
 
Deveria haver uma reformulação nos juizados, porque são muitas filas. Já cheguei a presenciar até casos desagradáveis, como brigas, enquanto esperava atendimento. As pessoas ficam em um local
pequeno, estressadas, e acabam ocorrendo casos de desacato, realmente. Tem que haver uma maneira de organizar essas filas. Em relação às varas de família, acho um absurdo uma ação de alimentos ter o mesmo trâmite de uma ação civil comum, como acabei de constatar.
Cláudia Citro Ferraz, advogada, 42 anos
 
O CNJ deve reforçar a fiscalização para que os processos fiquem em seus devidos lugares, porque o sistema, tanto aqui no TJ quanto na Justiça Federal, é muito ruim. Inclusive o novo, o PJe, que até agora ninguém sabe como usar direito. Sua implementação é iminente e todos estamos sem saber como proceder. Resumindo: mais informação, fiscalização e melhora nos sistemas.
José Carlos Pinheiro, advogado, 65 anos
 
A rotina cartorária deve melhorar, para atender de forma mais eficaz não só os advogados, como também as partes. É preciso diminuir o tempo para a juntada depetições, seu processamento, a remessa, a conclusão e a expedição de mandado de pagamento. Tudo isso demora muito atualmente. Também espero que haja mais atenção dos magistrados com os advogados.
Anderson Martins , advogado, 31 anos
 
O número de funcionários deve aumentar, com a abertura de concursos, talvez, pois atualmente há sobrecarga. Também é necessário mais espaço físico para os processos. A maioria dos cartórios tem espaço muito reduzido para um grande número de processos, o que prejudica a organização e, consequentemente, a agilidade da serventia. Além disso, deve haver comprometimento maior dos serventuários e estagiários no atendimento a advogados.
Bruno de Barros, advogado, 30 anos
 
Espero que resolvam o problema do processo eletrônico, que está inviabilizando o exercício da advocacia para muitos colegas. Alguns cartórios, como o de Niterói, não estão mais aceitando petições por meio do Proger, e o atendimento lá é péssimo. Tem que voltar a ser como antes, ou como ainda é na Justiça Federal, com a possibilidade de dar entrada no Proger e eles mesmos
digitalizarem. Esse novo modelo viola o princípio constitucional que garante o direito de petição aos poderes públicos.
Adylles Rabello Manhães, advogado, 64 anos

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