03/08/2018 - 21:00

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Efeitos do Holocausto e da ditadura sob suas vítimas são debatidos na OAB/RJ

03/08/2018 - 21:00

Efeitos do Holocausto e da ditadura sob suas vítimas são debatidos na OAB/RJ

Efeitos do Holocausto e da ditadura sob suas vítimas são debatidos na OAB/RJ

 

Realizado na OAB/RJ nos dias 17 e 18 de agosto, o VII Seminário Brasileiro de Vitimologia debateu, entre outros assuntos, a situação de vítimas em dois contextos históricos importantes: a ditadura militar no Brasil e o Holocausto. O evento foi promovido pela Sociedade Brasileira de Vitimologia, presidida pelo secretário-adjunto da OAB/RJ, Wanderley Rebello.

 

Coordenador do primeiro painel, o professor Jorge Josef relembrou a criação da disciplina. "O idealizador do estudo foi Benjamin Mendelsohn,  judeu perseguido pelos nazistas. Ao criar a vitimologia, ele pretendia que se levassem em conta os problemas vividos pelas vítimas dos crimes, e não apenas os dos criminosos que os cometeram. Até então, o foco era sempre o criminoso", contou.

 

Analisando a situação das vítimas do nazismo, o psiquiatra e advogado Talvane de Moraes citou casos de diagnósticos de indivíduos com síndrome de estresse pós-traumático, consequência de perseguições, humilhações e maus tratos sofridos durante o governo de Hitler. "As pessoas ficaram doentes, revivendo aquelas cenas dramáticas. Era o que se chamava antigamente de neurose de guerra. E muito pouco se falava sobre isso na época", lembrou ele, revelando detalhes do trabalho desenvolvido pela medicina para tratar esses pacientes.

 

Já no painel sobre Vitimas do Estado: desaparecidos, discutiu-se a questão dos perseguidos políticos.  O presidente da Caarj, Felipe Santa Cruz, cujo pai é desaparecido político, defendeu a abertura dos arquivos da repressão em nome das vítimas e de suas famílias. "Não é possível preservar a democracia sem que tenhamos esclarecimento sobre o que aconteceu naquele período. Precisamos retirar o manto de obscuridade, que faz parecer que punimos merecidamente aqueles que se opuseram ao regime. É preciso que o país conheça seu passado preenchendo essas lacunas", enfatizou ele, elogiando a Campanha pela Memória e pela Verdade, promovida pela Seccional.

 

Também participaram do painel o historiador Fábio Koifman; o desembargador Eduardo Mayr e a professora Selma Aragão. Os painéis sobre Adoção e violência familiar e Drogas e vitimização contaram com a participação do especialista em vitimização Ângelo Vargas e da advogada Ester Kosovski, entre outros.


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