03/08/2018 - 21:00

COMPARTILHE

Para não acontecer de novo

03/08/2018 - 21:00

Para não acontecer de novo

Para não acontecer de novo

 

Em sessão solene e ato público, OAB/RJ lembra 30 anos do assassinato de dona Lyda Monteiro e anuncia que pedirá a reabertura do inquérito sobre o crime

 

 

A OAB vai pedir a reabertura do inquérito sobre a morte de dona Lyda Monteiro, anunciou o presidente da Seccional, Wadih Damous, na cerimônia realizada no dia 27 de agosto, em homenagem à funcionária do Conselho Federal, mortalmente atingida, há 30 anos, ao abrir uma carta-bomba endereçada a seu então presidente, Eduardo Seabra Fagundes.

 

O secretário especial de Direitos Humanos da Presidência da República, ministro Paulo Vannuchi, presente ao evento, prontificou-se a solicitar à Polícia Federal ajuda na localização dos agentes que investigaram o crime à época, para que "falem tudo o que sabem". Já o presidente da OAB Federal, Ophir Cavalcante, disse que constituirá comissão para analisar e propor ações judiciais necessárias e cabíveis para o requerimento.

 

Wadih justificou o pedido de reabertura das investigações - que pretende estender ao atentado do Riocentro, em 1981 - a partir da recente matéria de O Globo, que trouxe “importantíssimas e novas informações sobre o atentado" à OAB, e "delineou a rede de ligações” entre os vários agentes da repressão e seus superiores, "figuras carimbadas das listas de notórios torturadores".

 

"O que falta para que a verdade prevaleça e as punições aconteçam?", questionou Wadih, para quem a Ordem está obrigada a pugnar pela retomada das investigações: "É nosso dever e a OAB jamais deixou de cumprir com os seus deveres. Espero que o Judiciário cumpra com o seu, apure as responsabilidades e puna os culpados".

 

"Aquela bomba, detonada às 13h40h do dia 27 de agosto de 1980, ecoa até hoje e seus estilhaços nos atingem e incomodam. Seu estrondo nos sacode a cada dia em que esse crime bárbaro, esse ato de terror praticado por agentes dos órgãos de repressão vinculados ao aparato do DOI-Codi, não for completamente esclarecido. Quem ordenou? Quem executou? Onde se encontram esses funcionários de um dos aparatos da administração pública brasileira?", indagou Wadih.

 

"Não podemos mais conviver sob o signo dessa conveniente ignorância. Passados 30 anos, nossas instituições democráticas sólidas, conquistadas pela luta do povo e dos democratas, com a contribuição inestimável dos advogados brasileiros liderados por sua OAB, nos permitem conhecer a verdade sobre aqueles anos terríveis, nomeando à autoria os que cometeram crimes de lesa-humanidade", afirmou o presidente da Seccional.


Abrir WhatsApp