Tribuna Livre

 

A reportagem da TRIBUNA foi ouvir os advogados que militam nos juizados especiais cíveis localizados no Tribunal de Justiça. Mesmo reconhecendo que na capital os problemas são menores do que nas comarcas do interior, os colegas reclamaram das grandes filas e dos constantes atrasos nas audiências.

 

 

Horários

Um dos maiores problemas dos juizados é o não cumprimento dos horários. Hoje, por exemplo, as audiências estão com um atraso de aproximadamente quatro horas. Com isso, ficamos, advogado e cliente, presos o dia inteiro aqui, sem podermos cuidar de nossas vidas. Outra reclamação é em relação aos serviços cartorários. Tudo demora demais por aqui.

Fábio Cruz Barreiros, advogado, 40 anos

 

 

Atendimento

A crítica que eu tenho a fazer aos juizados é em relação ao atendimento no balcão e às orientações dadas nos cartórios, que não são adequadas. Muitas vezes, as pessoas entram na fila apenas para pedir explicações ou verificar o andamento de um processo, causando aglomerações. Para resolver este problema, bastaria que fosse colocado um guichê de informações, simples, separado do balcão principal.

Joaquim de Matos Arrais Bisneto, advogado, 43 anos.

 

 

Rapidez

A obra que foi feita no Tribunal de Justiça, há cerca de um ano, deixou os juizados mais céleres, diferentemente das comarcas regionais, onde o tempo médio de espera nas filas chega a duas horas. Além disso, a tramitação dos processos também foi agilizada, já que os únicos juizados onde conseguimos marcar audiências ainda para este ano são os daqui. Em todos os outros, estão sendo marcadas para o início de 2011.

Thiago de Lacerda Bom Rabelo, estagiário, 26 anos

 

 

Atrasos

Minha única queixa é relacionada aos atrasos das audiên-cias, que são muito grandes. Muitas vezes, a espera chega a quatro horas, o que é um absurdo e um desrespeito aos profissionais da advocacia. O atendimento que os juízes leigos e conciliadores dispensam aos advogados e estagiários é bom.

Priscila Vieira da Silva, advogada, 27 anos

 

 

Reclamações

O atendimento nos juizados é muito complicado. Hoje, por exemplo, minha audiência já está com mais de três horas de atraso. Mesmo com todas as reclamações que vêm sendo feitas, não temos conseguido nenhuma resposta positiva da Justiça. Sei da luta da OAB/RJ em defesa dos advogados, mas pelo jeito não tem surtido o efeito desejado. A celeridade processual que devia caracterizar os juizados se perdeu, muito pelo acúmulo de processos, mas também pela inércia do Poder Judiciário.

Domenico Albano França Sanan, advogado, 38 anos

 

 

Filas

Em todos os juizados, o problema é o mesmo: o número de processos é muito grande e são poucos os servidores. Isso acarreta atrasos, espera em longas filas e perda de tempo. O problema é pior ainda nos juizados menores, nas comarcas do interior. Espero que esteja sendo feito algum esforço no sentido de minimizar isso. Os funcionários estão fazendo o que podem.

Maria Ângela Pereira Caldeira de Souza, advogada, 61 anos

 

 

Audiências

Incomoda muito a demora entre a audiência de conciliação e a de instrução e julgamento, o que fere diretamente o princípio da celeridade processual que os juizados especiais deveriam atender. Outro problema é o dos cartórios, que são caóticos. É muito raro você entrar em um e não ter que enfrentar uma longa fila para ter acesso ao seu processo.

Paula Silva Fortes, advogada, 30 anos

 

 

Funcionários

Alguns cartórios dos juizados especiais são bem eficientes, porém ainda existem alguns nos quais a espera em grandes filas é uma constante, principalmente nos localizados fora da capital. A meu ver, este problema seria facilmente resolvido com a contratação de mais funcioná-rios, já que o problema é relativo ao acúmulo de trabalho, e não ao tipo de serviço prestado, que é bom.

Ricardo Ramalho Junior, advogado, 32 anos