28/11/2012 - 15:02

Nova Friburgo quer nova casa de custódia

A polêmica sobre a transferência dos presos da carceragem de Vila Amélia, em Nova Friburgo, ganhou ainda mais corpo após as denúncias de corrupção de policiais na unidade. De acordo com reportagem publicada no jornal O Globo em novembro, policiais recebiam propina para permitir que os custodeados deixassem as celas para ter momentos de lazer, como freqüentar bares, e até mesmo para roubar. Segundo presidente da OAB/Nova Friburgo, Carlos André Pedrazzi, apesar da gravidade, as denúncias não surpreendem. “Fizemos a primeira inspeção em Vila Amélia em 2008, quando apontamos que aquele modelo de carceragem estava ultrapassado. O espaço era inadequado e a administração deixava a desejar”, contou ele. “Quando nos posicionamos contra a transferência dos presos, queríamos apenas que eles permanecessem na cidade, próximos de suas famílias e advogados, mas cumprindo suas penas corretamente. Por isso defendemos a construção de uma nova carceragem”, completou, citando o exemplo de sistema prisional adotado em Itaperuna. Inaugurada em 2004, a Casa de Custódia de Itaperuna é uma das mais organizadas do estado. De acordo com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da subseção local, Reinaldo Azevedo, o modelo foi pensado para funcionar bem para os detentos e para a sociedade. “Os custodeados contam com aulas escolares, oficinas de artesanato, uma padaria modelo, hortas e também ajudam nas atividades de manutenção, como a faxina. Todo esse trabalho é contabilizado e implica redução das penas”, explicou. “Nunca tivemos uma rebelião. Tenho clientes lá e sei que eles estão em uma cadeia organizada, com comida de qualidade, um nível de limpeza acentuado e que não sofre com superlotação. Lá também não entram telefones ou drogas. A casa segue o padrão correto de uma penitenciária e isso, para quem tem um familiar preso, importa muito”, elogiou Reinaldo.


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